Maior empresa do Paraná, a Copel completou 70 anos em 2024 consolidando-se como referência na transição energética (Leonardo Yorka/Exame)
Publicado em 26 de junho de 2025 às 06h00.
A transição energética da Companhia Paranaense de Energia (Copel) transcende a mera substituição de fontes de geração. Representa um catalisador fundamental para a descarbonização do setor elétrico brasileiro, com impactos mensuráveis em múltiplas dimensões socioeconômicas e ambientais.
Maior empresa do Paraná, a Copel completou 70 anos em 2024 consolidando-se como referência na transição energética nacional. Com um plano estruturado para neutralidade de carbono até 2030, passou por uma robusta transformação na governança após a conclusão do processo de privatização em agosto de 2023, operação que movimentou 5,2 bilhões de reais.
A transformação decisiva, contudo, ocorreu quando, no ano passado, atingiu a matriz energética 100% renovável um ano antes do previsto, eliminando definitivamente a geração térmica. Para zerar suas principais fontes de emissão, executou uma estratégia de desinvestimentos sistemática, que envolveu recursos da ordem de 1,2 bilhão de reais: vendeu 51% da Compagas por 906 milhões de reais e sua participação na Usina Elétrica a Gás de Araucária por 320 milhões de reais, e paralisou a Usina Termelétrica de Figueira, movida a carvão.
A nova matriz é composta exclusivamente de hidrelétricas, parques eólicos e painéis solares, com governança ESG integrada pela vinculação da remuneração variável da alta administração às metas de sustentabilidade. “Os grandes esforços para eliminar usinas movidas a combustíveis fósseis foram feitos. Agora nosso crescimento segue atento a questões de impacto sustentável”, explica Vicente Loiacono Neto, diretor de governança, risco e compliance da Copel.
O compromisso socioambiental tem raízes históricas. Superintendente de sustentabilidade, Luisa Nastari destaca que a empresa foi pioneira ao realizar o primeiro estudo de impacto ambiental do setor elétrico brasileiro e a primeira a aderir ao Pacto Global da ONU, em 2000. Desde 2009, mantém inventário rigoroso de emissões verificado por terceiros, histórico que se reflete pela integração às carteiras do ISE e à carteira do Índice Carbono Eficiente (ICO2) da B3, em que 97% das empresas mantêm conselhos que supervisionam as questões climáticas.
“Com unidades distribuídas em dez estados, a companhia ainda busca operar como elo de crescimento socioeconômico para comunidades”, lembra Nastari. E também atua para minimizar o impacto das mudanças do clima nos biomas em que seus empreendimentos estão presentes.
Uma estratégia que não se limita a números, mas visa a construção de um modelo de desenvolvimento energético sustentável que redefine padrões setoriais e posiciona o Brasil como referência global em transição energética.
Na Isa Energia, concessionária responsável por 95% da transmissão de energia em São Paulo, o foco está na transição energética resiliente, limpa e justa. Em 2024, a companhia frisou sua estratégia em três pilares: descarbonização, adaptação climática e retorno social. Foram investidos 1,3 bilhão de reais em melhorias no parque de transmissão e 2,2 bilhões de reais em projetos de expansão e energias renováveis, além da emissão de 1,8 bilhão de reais em debêntures verdes.
A empresa investiu ainda 1,2 milhão de reais no Programa Conexão Jaguar para proteger 40.000 hectares de Floresta Amazônica. O compromisso com descarbonização rendeu 20% de redução das emissões em três anos e certificação Carbono Neutro. A meta é reduzir 60% até 2040. No pilar social, destinou 3 milhões de reais em 50 projetos, incluindo o fundo de bolsas estudantis USP Diversa, e alcançou 24,3% de representatividade feminina em liderança.
A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) se consolida como referência em sustentabilidade no setor elétrico brasileiro ao atingir 100% de geração de energia renovável, depois de encerrar definitivamente, em 2024, sua única usina térmica. Com plano de investir 59 bilhões de reais até 2029, a companhia tem focado a modernização da rede e soluções de armazenamento. Um dos destaques é o projeto pioneiro em Serra da Saudade (MG), primeira cidade off-grid do Brasil com autonomia energética de 48 horas.
A estratégia ESG inclui meta de neutralidade climática até 2040. Além disso, foi a primeira brasileira do setor a integrar a aliança global Uneza, firmada na COP28 por uma rede de empresas que têm como objetivo em comum promover soluções limpas e avançar nos esforços de eletrificação globais.