Michael Jackson segue sendo um ícone global, com sua obra gerando bilhões após sua morte (KMazur / Colaborador/Getty Images)
Estagiária de jornalismo
Publicado em 25 de junho de 2025 às 11h12.
Última atualização em 25 de junho de 2025 às 11h41.
Michael Jackson já faturou mais de US$ 3,3 bilhões 16 anos após sua morte, em 2009. O legado financeiro do cantor é resultado de uma gestão estratégica que explora diversas fontes de receita. Entre as principais estão os direitos musicais e royalties, que continuam gerando receita com a reprodução de suas músicas em plataformas digitais, rádios, filmes e comerciais.
Em 2024, uma das maiores fontes de receita foi a venda de parte do catálogo musical para a Sony por US$ 600 milhões (R$ 3,42 bilhões), autorizada pela justiça mesmo com disputas familiares.
Além disso, o espólio licencia a imagem, nome e músicas do cantor para espetáculos como o musical da Broadway, MJ: The Musical que gera cerca de US$ 6 milhões por semana (R$ 34 milhões por semana), e shows do Cirque du Soleil, além de produtos oficiais.
A gestão também inclui propriedades e investimentos deixados por Michael, ampliando o patrimônio e as receitas. Só em 2024, o espólio faturou cerca de US$ 300 milhões (R$ 1,71 bilhão).
Michael Jackson lançou cerca de 10 álbuns solo ao longo da carreira, incluindo Thriller, Bad, Dangerous e HIStory. Em vida, vendeu mais de 750 milhões de discos globalmente, número que o coloca entre os artistas mais vendidos da história, e tem um catálogo musical avaliado em mais de US$ 1,2 bilhão (aproximadamente R$ 6,5 bilhões).
Durante sua carreira, Michael Jackson faturou aproximadamente US$ 2,1 bilhões (cerca de R$ 11,97 bilhões na cotação atual).
O "Rei do Pop" foi considerado bilionário na década de 1980, impulsionado principalmente pelo sucesso estrondoso do álbum Thriller e pelas turnês mundiais que consolidaram sua fama e riqueza.
Michael iniciou sua carreira musical no grupo Jackson 5, formado por ele e mais quatro irmãos: Jackie, Tito, Jermaine e Marlon. O grupo foi criado em 1964, e assinou com a gravadora Motown Records em 1968, quando Michael tinha apenas 10 anos.
Rapidamente, o Jackson 5 emplacou sucessos estrondosos como "I Want You Back", "ABC", "The Love You Save" e "I'll Be There", que alcançaram o topo das paradas americanas e o top 10 em vários países ao redor do mundo.
Eles foram pioneiros ao protagonizar o primeiro desenho animado com protagonistas negros nos Estados Unidos, ampliando sua influência cultural e musical para além da música, tornando-se ícones da cultura pop e símbolos de representatividade.
Durante sua trajetória, o grupo vendeu cerca de 100 milhões de discos mundialmente, um número que os coloca entre os grupos musicais mais bem-sucedidos da história da música.
Ao todo, os Jackson 5 produziram 16 álbuns de estúdio oficiais, entre os anos de 1969 e 1990, divididos entre os períodos sob os nomes "The Jackson 5" (10 álbuns) e "The Jacksons" (6 álbuns). Esses álbuns exploraram estilos como R&B, soul, funk e disco, consolidando um repertório diversificado e influente.
O grupo também foi reconhecido com uma estrela na Calçada da Fama de Hollywood em 1980 e foi introduzido no Rock and Roll Hall of Fame em 1997, com algumas de suas músicas — como "ABC" e "I Want You Back" — sendo listadas entre as 500 músicas que moldaram o rock and roll.
O fim da banda ocorreu em 1990, quando Michael decidiu seguir carreira solo em tempo integral, após já ter se destacado como um fenômeno global com seus álbuns solo e performances icônicas.
Jackson 5: Michael Jackson era o vocalista do grupo musical (Michael Ochs Archives/Getty Images)
Na década de 1970, Michael iniciou sua carreira solo, lançando álbuns como Ben (1972) e Off the Wall (1979), este último já demonstrando seu potencial como astro global.
O auge veio em 1982, com o lançamento de Thriller, álbum que se tornou o mais vendido da história da música e revolucionou a indústria fonográfica com videoclipes inovadores como "Billie Jean" e "Beat It".
Nos anos seguintes, consolidou sua posição como "Rei do Pop" com álbuns como Bad (1987), Dangerous (1991) e HIStory (1995), emplacando sucessos e batendo recordes de vendas. Sua influência se estendeu à moda, à dança — com passos icônicos como o moonwalk — e à cultura pop mundial.
Lançado em 1982, Thriller ainda é o álbum mais vendido da história da música, com mais de 66 milhões de cópias vendidas mundialmente.
O álbum revolucionou a indústria fonográfica com videoclipes inovadores como "Billie Jean" e "Beat It" e estabeleceu recordes de vendas e popularidade que permanecem até hoje.
Michael Jackson foi o primeiro artista a ter cinco singles do mesmo álbum no topo da Billboard Hot 100, com o álbum Bad (1987).Michael Jackson em Thriller (YouTube/Reprodução)
Michael Jackson faleceu em 25 de junho de 2009, aos 50 anos, em Los Angeles, Califórnia. A causa oficial da morte foi uma intoxicação aguda por propofol e benzodiazepínicos, administrados pelo seu médico pessoal, Dr. Conrad Murray, que foi posteriormente condenado por homicídio involuntário.
A morte do cantor causou comoção mundial, mobilizando fãs e artistas ao redor do globo, e marcou o início de uma nova fase de valorização e gestão do seu legado artístico e financeiro.
O falecimento também gerou uma série de investigações e debates sobre o uso de medicamentos controlados e a pressão da fama sobre artistas.
A famosa propriedade de Michael Jackson, o rancho Neverland, foi adquirida em 1987 por cerca de US$ 19,5 milhões (aproximadamente R$ 111 milhões na cotação atual).
Localizado em Los Olivos, Califórnia, o rancho tinha cerca de 2.700 acres (1.100 hectares) e funcionava como uma mistura de residência e parque de diversões particular, com zoológico, brinquedos, carrossel, roda gigante, cinema e até uma estação de trem.
Após a morte de Michael em 2009, o rancho foi gradualmente desativado: os animais foram realocados, os brinquedos vendidos e substituídos por decorações temáticas, como do personagem Peter Pan, um dos favoritos do cantor. A propriedade ficou abandonada por anos e foi colocada à venda em 2015 inicialmente por US$ 100 milhões.
Devido ao desinteresse do público e à controvérsia em torno do local, o preço foi reduzido diversas vezes: caiu para US$ 67 milhões em 2017, depois para US$ 31 milhões em 2019, e finalmente foi vendido em dezembro de 2020 por US$ 22 milhões (aproximadamente R$ 125 milhões) para o bilionário Ron Burkle, amigo da família Jackson.
Burkle adquiriu o rancho como uma oportunidade de investimento, com a intenção da família de transformar o local em um museu para fãs, ideia que até hoje não foi concretizada.
Atualmente, o rancho, renomeado Sycamore Valley Ranch, mantém algumas das estruturas originais, como a mansão principal de estilo normando com seis quartos, duas casas de hóspedes, piscina, quadras de tênis e basquete, cinema privado para 50 pessoas, além do icônico relógio de flores que soletra "Neverland" e a ferrovia interna usada por Michael.
Apesar do valor histórico, o rancho enfrenta desafios de manutenção e controvérsias, o que impacta seu valor de mercado, estimado hoje em cerca de US$ 30 milhões (R$ 171 milhões).
Após sua morte, em 25 de junho de 2009, a herança de Michael Jackson foi estruturada para administrar e potencializar seus ativos. Desde então, o cantor já faturou mais de US$ 3,3 bilhões (R$ 18,8 bilhões), segundo estimativas da Forbes.
Esse resultado é fruto de uma gestão estratégica que explora múltiplas fontes de receita:
A administração da herança é feita por um fundo, conforme estabelecido em seu testamento, com parte dos lucros destinada a seus filhos (Prince, Paris e Blanket) e à sua mãe, Katherine Jackson. Uma parcela significativa dos ganhos também é direcionada a instituições de caridade, conforme previsto em seu testamento.