Negócios

Uber passa a aceitar dinheiro no Chile e taxistas protestam

Os dirigentes dos grêmios de taxistas reivindicaram apoio do governo e asseguraram que o pagamento com dinheiro de Uber os afeta de um modo ainda mais direto


	Taxistas protestam contra Uber: o anúncio indignou os motoristas de táxis tradicionais, que acusam a empresa de concorrência desleal
 (Sergio Perez / Reuters)

Taxistas protestam contra Uber: o anúncio indignou os motoristas de táxis tradicionais, que acusam a empresa de concorrência desleal (Sergio Perez / Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 20 de julho de 2016 às 14h42.

Santiago do Chile - Várias dezenas de taxistas se mobilizaram nesta quarta-feira em Santiago, no Chile, em protesto contra a empresa Uber, que ontem anunciou um plano para que os usuários do aplicativo possam pagar viagens com dinheiro.

A caravana de veículos se reuniu no centro da capital chilena sob um forte dispositivo policial para evitar que o trânsito seja interrompido, como ocorreu em maio quando milhares de taxistas se mobilizaram.

Os dirigentes dos grêmios de taxistas reivindicaram apoio do governo e asseguraram que o pagamento com dinheiro de Uber os afeta de um modo ainda mais direto do que o serviço habitual do aplicativo.

"Estamos sendo desemparados pelo governo, definitivamente o governo está nos deixando de lado ao amparar a ilegalidade", disse Andrés Torrejón, secretário-executivo da Coordenadoria de Associações Gremiais de Táxis Básicos (Coditach) à rádio "BíoBío".

O Uber anunciou que a partir da próxima segunda-feira metade dos usuários registrados no Chile, que são cerca de 260 mil, terão a possibilidade de pagar as viagens com dinheiro e de forma direta ao motorista.

Até agora, os usuários do Uber só podiam pagar pelo trajeto com um cartão de crédito previamente cadastrado pelos clientes.

A empresa indicou que trata-se um plano que se tiver um bom retorno será ampliado a todos os usuários chilenos em alguns meses.

O anúncio indignou os motoristas de táxis tradicionais, que nos últimos meses realizaram várias protestos contra o serviço da empresa americana, que é acusado de concorrência desleal.

Alguns taxistas resolveram fazer justiça com as próprias mãos e foram registradas agressões e enfrentamentos com motoristas que são acusados de trabalhar com Uber e Cabify.

O último episódio violento ocorreu na madrugada desta quarta-feira, quando um veículo que presta serviços ao Uber sofreu um acidente no bairro de Vitacura, no oriente de Santiago, após ser perseguido por um grupo de taxistas.

O governo chileno considera que o serviço de Uber é ilegal e realiza fiscalizações para retirar de circulação os veículos, embora não possa proibir o funcionamento da empresa.

O vazio legal existente levou ao Executivo a liderar meses atrás um painel de especialistas para analisar a situação dos aplicativos móveis de serviços de transporte e sua possível regularização, embora ainda não tenha se chegado a uma conclusão sobre o tema. 

Acompanhe tudo sobre:América LatinaUberTransportesmobilidade-urbanaChileTáxis

Mais de Negócios

20 franquias baratas a partir de R$ 4.990 para abrir até o Natal

Os planos desta empresa para colocar um hotel de R$ 70 milhões do Hilton em Caraguatatuba

Conheça os líderes brasileiros homenageados em noite de gala nos EUA

'Não se faz inovação sem povo', diz CEO de evento tech para 90 mil no Recife