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Strava processa Garmin e coloca em risco parceria de longa data entre gigantes do fitness

Disputa judicial pode afetar integração entre relógios inteligentes e aplicativos de corrida usados por milhões de atletas

Strava e Garmin: rompimento entre as gigantes do fitness repercutiu nas redes sociais (Luc Claessen/Getty Images)

Strava e Garmin: rompimento entre as gigantes do fitness repercutiu nas redes sociais (Luc Claessen/Getty Images)

Publicado em 8 de outubro de 2025 às 09h26.

O Strava, aplicativo de monitoramento de atividades físicas, processou a Garmin, fabricante de dispositivos esportivos que registrou US$ 1,81 bilhão em receita no segundo trimestre de 2025. A plataforma de wellness acusa a empresa de violação de patentes e quebra de contrato firmado em 2015, que permitia a integração do Strava Live Segments nos dispositivos da marca.

O processo, registrado em 30 de setembro no Tribunal Distrital do Colorado, nos Estados Unidos, busca impedir a comercialização de modelos da Garmin que, segundo a Strava, teriam usado tecnologias patenteadas sem autorização. As funcionalidades em disputa comparam tempos de desempenho em percursos, exibem mapas de calor e indicam zonas de maior atividade física — recursos que hoje competem diretamente entre si.

Outra acusação feita pela Strava é que a Garmin teria se aproveitado da parceria para estudar a tecnologia Segments e reproduzi-la em seus próprios aparelhos. Caso a Justiça decida a favor da Strava, plataformas como o Garmin Connect e dispositivos como os relógios Epix, Fenix e Forerunner poderão ser impactados — e até retirados de lojas físicas e on-line.

“A Garmin recebeu permissão limitada da Strava para implementar os Segmentos Strava em seus dispositivos; no entanto, aproveitou esse acesso para estudar cuidadosamente esses recursos, copiá-los meticulosamente e, em seguida, lançá-los como recursos da Garmin. Como resultado, a Strava processou a Garmin para proteger suas invenções patenteadas”, afirmou Brian Bell, porta-voz da Strava, ao The Verge.

Bell ressaltou ainda que o aplicativo, que conta com mais de 150 milhões de usuários globais, não pretende tomar decisões que prejudiquem os consumidores da Garmin na sincronização de dados com o Strava, e espera o mesmo comportamento da parceira.

Usuários pedem reconciliação entre as empresas

O rompimento entre as gigantes do fitness repercutiu nas redes sociais, especialmente no TikTok, onde atletas expressam preocupação sobre como o impasse pode afetar a experiência de quem usa as duas plataformas integradas.

“Você viu as notícias de que mamãe e papai estão brigando? E com mamãe e papai, quero dizer Strava e Garmin. [...] Estou aqui com meu relógio de US$ 1.000 e meu app de US$ 80 pensando que deveríamos fazer uma reunião em família para nos darmos bem de novo”, brincou o influenciador de corrida Andy Glaze, em um vídeo que já ultrapassou 1 milhão de visualizações.

O conflito acontece às vésperas de grandes corridas internacionais, como a Maratona de Nova York, em novembro, e a Corrida de São Silvestre, em dezembro. Com a possível ruptura, atletas podem ter de buscar novas alternativas para garantir o rastreamento preciso de treinos e provas.

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