A importância financeira de saber delegar
Redatora
Publicado em 27 de agosto de 2025 às 18h35.
No auge do crescimento da Vivacity Tech, empresa de tecnologia educacional norte-americana, o CEO Eli Maloley tomou uma decisão incomum: sair do centro de todas as decisões.
Enquanto a companhia ultrapassava os US$ 131 milhões em receita anual e projetava chegar a US$ 200 milhões, Maloley começava a olhar para outro lado: sua vida pessoal. As informações foram retiradas da Inc.
Durante os primeiros cinco anos do negócio, Maloley adotou a clássica rotina de empreendedor: acordava respondendo e-mails, almoçava na mesa e seguia trabalhando até a madrugada.
Alguns dias começavam às 4h da manhã e terminavam depois da meia-noite. Mas, ao perceber o tempo limitado com seus três filhos, especialmente com o mais velho, envolveu-se com o time de futebol da escola, primeiro de forma tímida, depois como técnico, função que ocupa por cerca de 30 horas semanais.
Esse afastamento parcial forçou uma redistribuição de responsabilidades dentro da empresa. O CEO passou a confiar mais em sua equipe, delegando funções e abrindo espaço para que outros tomassem decisões no dia a dia da operação.
Em um contexto de finanças corporativas, a história de Maloley revela um ponto central: o líder não deve ser o principal executor, mas o principal pensador estratégico.
O excesso de envolvimento operacional pode comprometer a visão de longo prazo, a análise de risco e a capacidade de identificar novas oportunidades de investimento ou eficiência.
Ao delegar, Maloley não perdeu o controle, ele ganhou foco. Retirou-se de tarefas de baixo impacto para concentrar-se em decisões com alto valor agregado, como expansão, parcerias e novas fontes de receita.
Uma pesquisa da Universidade de Amsterdã apontou que empreendedores têm, em média, níveis mais altos de satisfação e bem-estar do que funcionários assalariados.
O chamado “retorno psicológico positivo” do empreendedorismo é real, mas só é sustentável quando há equilíbrio.
Elizabeth Grace Saunders, especialista em gestão de tempo, reforça que muitos executivos evitam mudanças por medo de perder o controle, mas alerta: “Se você não mudar, corre mais risco de errar.” A recomendação é clara: começar pequeno, como evitar o celular após as 21h ou delegar tarefas a quem possa executar com 80% da sua eficiência já é um bom começo.
Em empresas onde a saúde financeira depende de decisões estratégicas, como captação de recursos, estruturação de custos ou expansão de mercado, o tempo do executivo precisa estar voltado ao que de fato impacta o futuro da companhia.
A mudança não comprometeu a performance da empresa, pelo contrário, permitiu escalar com mais organização. O próprio CEO da Vivacity Tech reconhece que, no início, centralizava tudo porque seu patrimônio pessoal estava em risco. Mas, com o tempo, entendeu que o verdadeiro risco era não deixar a equipe crescer.
Por isso, a EXAME, em parceria com a Saint Paul Escola de Negócios, lançou o Pré-MBA em Finanças Corporativas — um treinamento criado para quem quer dominar a lógica dos números e utilizá-la como diferencial na trajetória profissional, por R$37,00.