Pedro Lourenço, fundador do Supermercados BH: rede supera R$ 17 bilhões em vendas (Pedro Silveira/Exame)
Repórter de Negócios
Publicado em 12 de novembro de 2025 às 05h23.
Nesta quarta-feira, 12, é comemorado o Dia do Supermercado, data para celebrar um setor bem aquecido - e trilionário - no Brasil.
De acordo com a Associação Brasileira de Supermercados, a Abras, o setor bateu 1 trilhão de reais de receita em 2024.
Entre os 10 maiores supermercados do Brasil, há dois mineiros, que ajudam significativamente nesta soma.
O primeiro deles é Supermercados BH, que aparece na quarta posição do ranking nacional com um faturamento de 17,3 bilhões de reais - uma posição acima do que o ranking do ano passado. Na sequência, vem o Mart Minas, com 11,4 bilhões de reais em receitas.
A EXAME separou, na lista a seguir, quais são os 10 maiores supermercados cuja sede fica no Estado de Minas Gerais.
O Supermercados BH cresceu "comendo pelas beiradas", abrindo lojas onde havia pouca concorrência. Inicialmente, focou na periferia de Belo Horizonte e, depois, em pequenas cidades do interior de Minas Gerais, sempre com produtos de marcas mais acessíveis. Esse movimento foi impulsionado pelo aumento do poder aquisitivo das classes C e D desde 1996.
Nesses locais, a competição vem principalmente de pequenos mercadinhos, mas o BH se destaca pela sua escala, que permite negociar melhores condições com os fornecedores.
O fundador Pedro Lourenço deixou sua cidade natal aos 18 anos para buscar trabalho na capital. Com apenas o 8º ano do ensino fundamental, começou sua trajetória em supermercados como encarregado do depósito, depois carregador, repositor e vendedor.
Com o tempo, subiu na hierarquia, tornando-se gerente e, mais tarde, supervisor de vendas no atacadista Ferreirão. Em 1996, aos 40 anos e com alguma economia guardada, decidiu investir e abrir uma mercearia em um bairro periférico de Santa Luzia, cidade vizinha de Belo Horizonte.
Com os lucros, ampliou a loja e abriu filiais em bairros e cidades próximas. Em 2004, vendeu 40% da empresa para dois sócios e usou os recursos para expandir ainda mais, comprando mercadinhos que estavam em dificuldades financeiras.
"Meus amigos diziam que não ia dar certo vender na periferia, e minha esposa queria que eu desistisse. Mas eu não ligo para o que os outros pensam", afirmou Lourenço em entrevista à EXAME, em 2017.
Torcedor fanático do Cruzeiro, ele comprou as ações da SAF do Cruzeiro que estavam nas mãos do jogador de futebol Ronaldo.