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Petrobras pode elevar importação de gasolina para evitar desabastecimento

Empresa já aumentou compra de combustíveis do exterior em 116,1% no terceiro trimestre. Demanda por gasolina é a maior desde 2017

Sede da Petrobras (PETR3) (Sergio Moraes/Reuters)

Sede da Petrobras (PETR3) (Sergio Moraes/Reuters)

AO

Agência O Globo

Publicado em 21 de outubro de 2021 às 08h47.

Última atualização em 22 de outubro de 2021 às 10h41.

A Petrobras avalia aumentar o volume de importação de combustíveis para evitar um possível desabastecimento, de acordo com fontes do setor. Nas análises, as equipes da estatal avaliam as previsões de consumo, os preços a serem praticados, o nível de estoques de importadores e distribuidores.

Faz parte desse planejamento a capacidade de seu parque de refino, que está em 85%, de acordo com o relatório divulgado nesta quarta-feira pela empresa.

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Com a capacidade de refino praticamente no limite, a Petrobras já elevou as importações de derivados em 116,1% no terceiro trimestre deste ano em relação ao mesmo período do ano passado. Nos nove primeiros meses do ano, o avanço chegou a 86,3%.

Nos últimos dias, a associação que reúne as distribuidoras afirmou que a Petrobras não iria conseguir entregar todos os pedidos para novembro, gerando rumores de que poderia ocorrer um desabastecimento. Mas a Agência Nacional do Petróleo (ANP) nega que haja esse risco no momento.

O impasse acontece com uma forte alta nas vendas de combustíveis. No caso do diesel, no terceiro trimestre, elas foram as maiores desde 2015 . Houve alta de 15,8% em relação ao mesmo período de 2020, e de 21,2% nos nove meses deste ano.

De acordo com o relatório de produção da empresa, as vendas da gasolina subiram 17,9% no terceiro trimestre. Assim, no acumulado do ano, a alta ficou em 18,5%. Segundo a estatal, é o maior patamar desde 2017.

Defasagem de preços

Além do aquecimento da economia com a maior vacinação, segundo uma fonte do setor, as distribuidoras pediram mais gasolina e diesel para a Petrobras porque querem comprar da estatal a um preço menor do que comprariam no exterior.

Segundo a Abicom, a associação das importadoras, a defasagem está hoje em 13% no caso do gasolina; e 17%, no diesel.

A última alta do diesel feita pela Petrobras para as refinarias foi no dia 29 de setembro; e da gasolina, no dia 9 de outubro. No ano, a Petrobras já reajustou nas refinarias a gasolina em 61%; e o diesel em 51%.

Uma outra fonte disse que a estatal deve reajustar em breve os preços porque dólar e petróleo subiram muito desde os últimos reajustes.

Do lado das distribuidoras, a Brasilcom, associação do setor, destacou que os cortes da estatal chegaram a 50% para o mês de novembro. Procurada, ela disse que há preocupação com os cortes dos pedidos devido à posição dominante da estatal no mercado.

A Petrobras informou que sua participação de mercado varia entre 80% e 85%. Além disso, disse que o não atendimento dos excedentes das distribuidoras não configura quebra de contrato.

Produção cai 4,1%

“Se a oferta de produto de qualquer fornecedor for inferior à demanda, há uma resolução da ANP que estabelece regra para limitar a oferta, quando a disponibilidade for menor que a demanda (por demanda excessiva, por exemplo), de modo a evitar que seja feito sem critério”, disse em nota.

Assim, a estatal explicou que as entregas compromissadas com os diversos clientes atenderam a regra definida pela ANP, sendo proporcionais à média trimestral de compras de cada distribuidora.

Enquanto isso, a produção total da companhia chegou a 2,8 milhões de barris de óleo equivalente por dia no terceiro trimestre deste ano. É uma queda de 4,1% em relação ao mesmo período do ano anterior.

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