Negócios

Odebrecht paga indenização de US$ 19,5 milhões ao Peru por subornos

A indenização se refere ao suborno de US$ 2,6 milhões que a construtora brasileira pagou ao governo regional de Ancash

Odebrecht: pagamento foi efetuado em duas parcelas (Guadalupe Pardo/Reuters)

Odebrecht: pagamento foi efetuado em duas parcelas (Guadalupe Pardo/Reuters)

E

EFE

Publicado em 24 de maio de 2019 às 06h50.

Lima - A Odebrecht cumpriu o pagamento de uma indenização de US$ 19,5 milhões ao Peru pelos subornos pagos pela adjudicação da construção de uma estrada na região andina de Ancash.

O promotor supraprovincial para casos de corrupção, Elmer Chirre, afirmou nesta quinta-feira que se trata de uma quantia inédita para o Ministério Público em conceito de recuperação de dinheiro do erário peruano.

O pagamento foi efetuado em duas parcelas, com um primeiro depósito de US$ 12 milhões no ano passado e outro de US$ 7,5 milhões entre abril e maio deste ano.

A Procuradoria Pública Especializada em Crimes de Corrupção explicou em comunicado que a recuperação do dinheiro foi possível graças a dois acordos de leniência que foram ratificados pela Justiça peruana.

A indenização se refere ao suborno de US$ 2,6 milhões que a construtora brasileira pagou ao governo regional de Ancash pela adjudicação da construção da estrada Carhuaz-Chacas-San Luis, construída entre 2010 e 2013 e cujo orçamento foi de US$ 120 milhões.

Esta quantia é adicional aos US$ 227 milhões que a Odebrecht se comprometeu a pagar ao Estado peruano como indenização dentro do acordo de leniência assinado para os demais subornos pagos no Peru, o qual ainda está pendente da homologação de um juiz.

O Peru foi um dos 12 países de América Latina onde a Odebrecht reconheceu que pagou milionários subornos em troca da obtenção de grandes contratos de obra pública, o que ainda acompanhou com doações irregulares às campanhas eleitorais dos principais candidatos à presidência.

Os casos envolvem os ex-presidentes Alejandro Toledo (2001-2006), sobre quem pesa um pedido de extradição pendente de ser resolvido pelos Estados Unidos; Ollanta Humala (2011-2016), para quem o Ministério Público pede 20 anos de prisão; e Pedro Pablo Kuczynski (2016-2018), em prisão domiciliar.

Também estava sendo investigado Alan García (1985-1990 e 2006-2011) até que se suicidou no mês passado com um tiro na cabeça quando a polícia tinha chegado em sua casa para detê-lo.

Além disso, estão em prisão preventiva a líder opositora Keiko Fujimori, filha do ex-presidente Alberto Fujimori (1990-2000), e a ex-prefeita de Lima, Susana Villarán. EFE

Acompanhe tudo sobre:PeruNovonor (ex-Odebrecht)

Mais de Negócios

Como o supermercado carioca Guanabara se tornou um império de R$ 6 bilhões com preço baixo

Eles apostaram US$ 1 milhão e hoje faturam US$ 550 mil por ano com cinema antigo

De olho na próxima geração de líderes, Saint Paul lança graduação inédita em Administração

Com nova experiência, Smiles dobra oferta de hotéis que rendem milhas