Elon Musk: mais rico do mundo também tem recorde de maiores perdas (Andrew Harnik / Equipe/Getty Images)
Repórter
Publicado em 17 de setembro de 2025 às 10h24.
Elon Musk pode ter perdido cerca de US$ 182 bilhões entre 2021 e 2023, mas, em 2025, o CEO da Tesla (TSLA) continua no posto de homem mais rico com folga em relação aos outros bilionários da lista.
Entre ele e Larry Ellison, fundador da Oracle e segundo mais rico do mundo, existe uma diferença de quase 20%: enquanto Musk tem uma fortuna avaliada em US$ 437 bilhões, Ellison alcança os US$ 365 bilhões. Mark Zuckerberg, da Meta, por sua vez, tem uma riqueza de US$ 273 bilhões, segundo a Bloomberg.
O salto na fortuna de Musk aconteceu depois de o bilionário, na segunda-feira, anunciar a compra de cerca de US$ 1 bilhão em ações da Tesla. O movimento estratégico gerou uma valorização significativa nos papéis da empresa, que subiram mais de 8% no dia.
A transação, vista como um sinal de confiança do próprio CEO na empresa, impulsionou a Tesla a apagar as perdas que vinham se acumulando em 2025. No ano, os papéis da empresa agora acumulam alta de 4,40%. Em cinco anos, o número sobe para 186,32% — acima da valorização de 95,15% registrada pelo S&P 500 no mesmo período.
Apesar dos ganhos, entre 2021 e 2023, Musk testemunhou uma queda impressionante em sua fortuna, que foi de US$ 320 bilhões para US$ 138 bilhões, segundo o Guinness World Records, e superou o histórico do investidor japonês Masayoshi Son, CEO do SoftBank, que havia perdido US$ 58,6 bilhões em 2000, durante a bolha dos pontocom.
Apesar disso, a riqueza atual de Musk, somada a um pacote de remuneração anual de US$ 1 trilhão sugerido pela Tesla, pode fazer com que ele se torne o primeiro trilionário da história dos Estados Unidos.
Projeções da Informa Connect Academy indicam que Musk pode atingir US$ 1 trilhão em fortuna já em 2027.
Mas não sozinho: outros bilionários também estão na disputa. Gautam Adani, do grupo indiano Adani, poderia chegar ao valor em 2028, seguido por Jensen Huang (Nvidia), Prajogo Pangestu (energia e mineração), Bernard Arnault (LVMH) e Mark Zuckerberg (Meta), todos com chances até o início da próxima década.
A Tesla apresentou uma nova proposta salarial para Musk no dia 5 de setembro. O contrato, com duração de dez anos, prevê que Musk permaneça no cargo até 2035 e alcance metas de desempenho que multiplicariam por quase oito vezes o valor da empresa.
Hoje, a Tesla está avaliada em cerca de US$ 1,1 trilhão. O objetivo é elevar esse número a US$ 8,5 trilhões, patamar comparável à soma do valor de mercado da Microsoft, Alphabet e Meta juntos.
Se as metas forem cumpridas, Musk terá direito a 423,7 milhões de novas ações, equivalentes a quase US$ 900 bilhões adicionais em sua fortuna, segundo a Time — o que faria a fortuna de Musk alcançar cerca de US$ 1,319 trilhão.
Entre as metas definidas pelo conselho da Tesla estão a consolidação de um serviço global de robotáxis e o avanço da linha de robôs humanoides. O projeto mais emblemático é o Optimus, apresentado em 2022, que a empresa pretende transformar em ferramenta para indústrias e residências.
Estudos citados pela Tesla projetam que o mercado global de robôs humanoides pode alcançar US$ 4,7 trilhões até 2050. Para Musk, esses produtos têm potencial de revolucionar a produtividade mundial e se tornar mais valiosos do que os carros elétricos.
O novo plano surge em meio a um histórico conturbado. Em 2018, acionistas da Tesla aprovaram um pacote de remuneração estimado em US$ 50 bilhões para Musk. A iniciativa foi posteriormente derrubada por um tribunal de Delaware, que criticou falhas de governança e a influência excessiva de Musk sobre o conselho.
Em dezembro de 2024, a Justiça voltou a invalidar a proposta de 2018, reforçando a pressão sobre a empresa para elaborar um novo modelo de compensação. O atual pacote, portanto, é uma tentativa de encerrar a disputa e manter o executivo no comando.
Robyn Denholm, presidente do conselho, tem liderado a defesa da proposta. Em entrevistas, ela afirma que “reter e incentivar Elon é fundamental para que a Tesla se torne a empresa mais valiosa da história”.
Apesar do otimismo do conselho, as condições do mercado não são simples. As vendas da Tesla recuaram no último ano, e a empresa enfrenta críticas pela demora em diversificar sua linha de produtos.
O modelo Cybertruck, lançado em 2023, registrou resultados aquém das expectativas, e a aposta em robotáxis ainda está restrita a testes em Austin, no Texas.
Musk também tem dividido sua atenção entre a Tesla e outras empresas, como a SpaceX e a startup de inteligência artificial xAI. Sua breve participação em Washington, durante o segundo mandato de Donald Trump, também gerou receio entre investidores quanto ao foco do executivo.