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Jatos chineses chegam ao mercado em 2014

Projetados para competir com Airbus e Boeing, modelo é o fabricado pelo país, que pretende ser autossuficiente no setor

Jato C919 da Comex: dez modelos já foram encomendados pela GE  (Divulgação)

Jato C919 da Comex: dez modelos já foram encomendados pela GE (Divulgação)

Tatiana Vaz

Tatiana Vaz

Publicado em 2 de dezembro de 2010 às 11h16.

São Paulo – Recentemente, na cidade chinesa de Zhuhai, duas comissárias de bordo em uniformes vermelhos recebiam os visitantes para a apresentação de um novo jato que acomoda 150 pessoas, o C919. O modelo, que terá seu vôo inaugural em 2014, foi projetado pela Commercial Aircraft Corp of China (Comac) para abocanhar uma fatia do mercado de jatos de passageiros da Airbus e Boeing.

De acordo a Business Week, uma das razões que levaram a China a arquitetar um plano tão audacioso é o fato da Airbus e Boeing serem atualmente parceiras da Comac na compra de peças. O fornecimento para todas é feito pela CFM International, joint venture entre a General Electric (GE) e da Snecma, Sociedade de Estudantes para Construção de Motores de Aviação, da França.

Dez modelos de jatos chineses já tem entrega garantida para o GE Capital Aviation Services (GECAS), uma das maiores empresas de leasing de avião do mundo. “Essa decisão mostra a nossa confiança nas perspectivas comerciais para as aeronaves e fortalece o relacionamento com nossos parceiros chineses”, diz Mark Norbom, presidente e CEO da GE na China.

Autossuficiência

Uma meta é para o C919 para competir com o Airbus A320 e o Boeing 737. Outra é "estimular a indústria da aviação geral", diz Zhang Xinguo, vice-presidente da Aviation Industry Corp of China (AVIC), empresa estatal que está ajudando a construir o avião. A intenção do governo é que todos os jatos jumbo, jatos executivos, aviões a hélice e helicópteros usados na China sejam produzidos por empresas chinesas.

Nos próximos quatro anos, as companhias aéreas chinesas devem dobrar o tamanho da frota, de 5.000 aviões. Em 01 de novembro, a Boeing afirmou que os compradores chineses irão investir 480 bilhões de dólares nas próximas duas décadas. "Trata-se de uma demanda voraz", diz Peter Harbison, presidente executivo do Centro de Aviação da Ásia-Pacífico, uma empresa de pesquisa de mercado, em Sydney.

Comac recebeu encomendas de três companhias aéreas chinesas e duas empresas de locação financeira, todos estatais, de 90 de seus C919s. Mesmo se o interesse na indústria de aviões da China se limitar em grande parte ao mercado doméstico, o crescimento das transportadoras do país deve garantir o crescimento de negócios para Comac, AVIC e seus fornecedores ocidentais.

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