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Ex-diretores da Odebrecht pedem perdão à Colômbia e vão pagar US$ 6,5 mi

Os executivos vão colaborar as investigações e o acordo prevê que eles testemunhem em processos fiscais e disciplinares que envolvam a empreiteira

Odebrecht: a indenização de US$ 6,5 milhões será quitada pelos executivos brasileiros em três parcelas (Paulo Whitaker/Reuters)

Odebrecht: a indenização de US$ 6,5 milhões será quitada pelos executivos brasileiros em três parcelas (Paulo Whitaker/Reuters)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 16 de janeiro de 2019 às 15h29.

São Paulo - Os ex-diretores da Odebrecht Luiz Antonio Bueno Junior, Luiz Antonio Mameri e Luiz Eduardo da Rocha Soares pediram "perdão" à Colômbia e se comprometeram a colaborar com informações sobre crimes de corrupção cometidos pela empreiteira no país vizinho. Os executivos também concordaram em pagar indenização de US$ 6,5 milhões como reparação por propinas repassadas ao ex-vice-ministro de Transportes colombiano, Gabriel Garcia Morales, para concessão das obras do trecho 2 da rodovia Rota do Sol.

As informações foram divulgadas pela Procuradoria-Geral da República. Por meio de sua Secretaria de Cooperação Internacional, a PGR viabilizou o contato dos ex-diretores com a Justiça colombiana em videoconferência na sexta-feira, 11.

Os executivos se comprometeram a colaborar com informações sobre subornos pagos pela Odebrecht na Colômbia. Além das ações penais, o acordo prevê que os colaboradores testemunhem em processos fiscais e disciplinares que envolvam a empreiteira.

A indenização de US$ 6,5 milhões - equivalente a 18 bilhões de pesos colombianos - será quitada pelos executivos brasileiros em três parcelas. O primeiro pagamento deve acontecer ainda em janeiro, o segundo em agosto deste ano e o terceiro até janeiro de 2020.

O valor acertado é o mesmo da suposta propina recebida para conceder as obras da Rota do Sol à empreiteira brasileira.

A PGR classificou o termo de cooperação firmado pelos ex-diretores como um "marco para a Justiça colombiana" e afirmou que esta é a primeira vez que o "princípio da oportunidade", previsto na legislação do país vizinho, é colocado em prática em um caso de grande expressão.

Segundo a Procuradoria, a medida é parecida com os acordos de delação premiada celebrados no Brasil.

Ainda de acordo com a PGR, todos os processos criminais contra os ex-diretores que tramitam nas Cortes da Colômbia ficarão suspensos pelo prazo de dois anos, período no qual estarão à disposição da Justiça colombiana.

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