Jornada Flora: programa de agricultura regenerativa da Danone elevou a produtividade por vaca, aumentou a renda dos produtores e reduziu as emissões de metano (Danone/Divulgação)
EXAME Solutions
Publicado em 12 de agosto de 2025 às 16h07.
Última atualização em 13 de agosto de 2025 às 16h08.
A Danone Brasil acaba de conquistar um marco que vai muito além de um selo: a recertificação como Empresa B, agora com uma pontuação ainda mais alta – 101 pontos ante os 84,7 obtidos na primeira certificação, em 2021.
Mais que um número, esse avanço simboliza uma evolução concreta nas práticas ambientais, sociais e de governança (ESG) da companhia e reforça a missão que a move há décadas: levar saúde por meio da alimentação ao maior número de pessoas possível, cuidando também do planeta e das comunidades onde atua.
“Essa recertificação é motivo de muito orgulho para nós. Ela mostra que estamos cumprindo nosso propósito e que seguimos melhorando ano após ano”, afirma Mário Rezende, vice-presidente de Operações e Sustentabilidade da Danone Brasil.
A empresa foi pioneira na indústria de alimentos e bebidas do país ao certificar 100% de seu portfólio como B Corp, e desde então tem usado a auditoria rigorosa como ferramenta de transformação organizacional. “Quando passamos a ser auditados, percebemos que ainda havia espaço para evoluir. Isso nos levou a revisar práticas, ampliar projetos e novas iniciativas para gerar impacto positivo”, completa Rezende.
Assista, a seguir, à entrevista completa:
O avanço da Danone se apoia na Jornada de Impacto, estratégia global de sustentabilidade relançada em 2023, alinhada à visão One Planet, One Health, que entende que a saúde das pessoas e a do planeta estão interconectadas. Ela se estrutura em três pilares:
Saúde: oferecer alimentos e hidratação que promovam bem-estar para consumidores e pacientes, incluindo a nutrição especializada — segmento que cresce no Brasil e no mundo, com produtos desenvolvidos a partir de ciência e tecnologia para atender necessidades específicas em todas as fases da vida.
Natureza: preservar e regenerar recursos naturais, com foco na agricultura regenerativa e na redução de emissões.
Pessoas e Comunidades: promover diversidade, equidade, inclusão e desenvolvimento socioeconômico em toda a cadeia.
Entre as iniciativas de maior impacto está a Jornada Flora, programa de agricultura regenerativa que envolve mais de 130 fazendas e já se tornou referência global. O projeto elevou em 17,6% a produtividade por vaca, aumentou em 14% a renda dos produtores e reduziu em 42% as emissões de metano — um dos gases de efeito estufa mais potentes — em relação a 2020.
Além disso, já contribuiu para captar mais de R$ 230 milhões em linhas de crédito para apoiar investimentos sustentáveis no campo nos últimos três anos.
Para Rezende, o Flora é a prova de que sustentabilidade e resultados financeiros não são opostos: “Quando você reduz consumo de água, energia ou plástico, não está apenas diminuindo impacto ambiental, está também cortando custos e aumentando eficiência.”
A unidade de Nutrição Especializada em Poços de Caldas tornou-se a primeira fábrica da Danone no mundo a conquistar o selo Carbon Trust Triple (Clima, Água e Floresta). E a empresa também possui a Certificação Pró-Ética da Controladoria-Geral da União, reconhecendo sua transparência e integridade.
A preocupação da Danone com impacto social e ambiental não vem de hoje. Ela remonta a mais de 50 anos, inspirada pelo histórico “Discurso de Marselha”, no qual o então CEO Antoine Riboud defendeu que empresas de capital aberto devem ter um Projeto Duplo, ou seja, ir além do lucro, cuidando também das pessoas e do meio ambiente.
Hoje, essa visão ganha novas camadas com projetos inovadores, metas mensuráveis e o engajamento de toda a cadeia. “Tudo o que fazemos — da recertificação B Corp à agricultura regenerativa — reafirma a nossa missão de levar saúde por meio da alimentação ao maior número possível de pessoas”, conclui Rezende.