Negócios

Cristiane Alckmin será relatora do caso Liquigás-Ultragaz no Cade

Cristiane também foi relatora da fusão entre a BM&FBovespa e a Cetip, aprovada com restrições

Ultragaz: este não é o primeiro grande caso que fica sob responsabilidade da Cristiane Alckmin (Getty Images/Getty Images)

Ultragaz: este não é o primeiro grande caso que fica sob responsabilidade da Cristiane Alckmin (Getty Images/Getty Images)

EC

Estadão Conteúdo

Publicado em 30 de agosto de 2017 às 13h32.

São Paulo - A conselheira do Tribunal do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) Cristiane Alkmin Junqueira Schmidt foi definida como relatora da análise da união entre Liquigás, da Petrobras, e Ultragaz, do Grupo Ultra. A informação foi publicada no Diário Oficial da União nesta quarta-feira, 30.

Este não é o primeiro grande caso que fica sob responsabilidade da Cristiane. Citada por fontes como uma conselheira mais rígida, ela surpreendeu recentemente, quando esteve à frente da análise da união entre a Kroton e a Estácio, ao votar a favor da operação, embora com uma série de restrições. Todos os demais conselheiros votaram contra.

Cristiane também foi relatora da fusão entre a BM&FBovespa e a Cetip, aprovada com restrições. Na ocasião, ela havia adotado posição mais firme do que seus pares.

Nesta segunda-feira, 28, a Superintendência-Geral (SG) recomendou a reprovação da união entre Liquigás e Ultragaz, justificando que "não há pacote de remédios que enderece de forma adequada todas as preocupações identificadas e que seja igualmente implementável e de fácil monitoramento".

A SG citou também que a união da Liquigás com a Ultragaz vai gerar alta concentração na maioria dos Estados do País e elevadas barreiras à entrada. A SG desconsiderou ainda a hipótese de substituição do GLP envasado e granel por gás natural, na definição de mercado relevante. Este era um dos argumentos defendidos pelos interessados na aprovação da aquisição.

Além disso, apesar de a defesa da Ultragaz e da Liquigás ter apresentado uma análise do ponto de vista municipal - possivelmente com o objetivo de evitar ter de se desfazer, por exemplo, da operação da Liquigás em um estado inteiro, onde a concentração ficaria elevada, na avaliação de fontes - a SG delimitou a dimensão geográfica como estadual, em sua análise.

Na segunda-feira, 28, à noite, a Ultrapar divulgou fato relevante no qual ressaltou que seguirá buscando a aprovação junto ao Tribunal, "de maneira a afastar as preocupações concorrenciais apontadas pela SG".

A Petrobras também se manifestou, afirmando que as duas companhias "acreditam que há iniciativas capazes de solucionar as preocupações concorrenciais levantadas pela SG e continuarão colaborando com o Cade, com vistas a obter a aprovação desta operação".

No início deste mês, o Grupo Ultra sofreu um revés no Cade. A aquisição da distribuidora de combustíveis Alesat foi reprovada por unanimidade pelos conselheiros do Tribunal. Relatórios de analistas de bancos citam o caso Liquigás como sendo ainda mais difícil de ser aprovado, na comparação com o da Alesat.

Para advogados que acompanham o caso, há semelhanças entre os casos Alesat e Liquigás, considerando a possibilidade de resultar em elevada concentração em determinados estados, bem como o fato de existirem bases de produção cuja dispersão é importante considerar, principalmente no caso de negociação de remédios. Conforme explicou a SG do Cade, existem bases que atendem a mais de um Estado e há Estados que são atendidos por mais de uma base.

Acompanhe tudo sobre:CadeLiquigásUltragaz

Mais de Negócios

20 franquias baratas a partir de R$ 4.990 para abrir até o Natal

Os planos desta empresa para colocar um hotel de R$ 70 milhões do Hilton em Caraguatatuba

Conheça os líderes brasileiros homenageados em noite de gala nos EUA

'Não se faz inovação sem povo', diz CEO de evento tech para 90 mil no Recife