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Carreta da Alegria fatura R$ 5 milhões com pirotécnicos, Fofão e 'método Disney'

Com 26 anos, advogada virou empresária e transformou negócio familiar de trenzinhos em espetáculo no Paraná

Carreta da Alegria: personagems posam em frente de ônibus de dois andares

Carreta da Alegria: personagems posam em frente de ônibus de dois andares

Laura Pancini
Laura Pancini

Repórter

Publicado em 17 de maio de 2025 às 06h40.

Aos 26 anos, Maria Antonia Schimaneski trocou o Direito pela gestão do Carreta da Alegria, um fenômeno de entretenimento que mistura música alta, personagens icônicos e pirotécnicos nas ruas do Paraná. O negócio familiar, iniciado há mais de quatro décadas pelo avô, faturou cerca de R$ 5 milhões em 2024, vendendo ingressos entre R$ 20 e R$ 25 em shows diários.

Quem nunca viu um pelas ruas, pode conhecer pelos vídeos na Internet — e até confundir com o Carreta Furacão, de Ribeirão Preto. Mas, apesar das semelhanças, a Carreta da Alegria tem a própria história e um crescimento sólido.

Como tudo começou?

O negócio começou por volta de 1980, criado pelo paranaense Antônio Schimaneski. Ele é avô da advogada Maria Antonia Schimaneski, que hoje comanda a operação. Na época, Antônio trabalhava numa funerária em Goiás e estava cansado de trabalhar com a tristeza.

"Tinha um ônibus que passava com música lá na cidade, e era a alegria dele. Foi assim que ele decidiu trabalhar com isso", conta a empreendedora.

O avô levou a ideia para o Sul e começou com um trenzinho, ou Trenzinho da Alegria, em Ponta Grossa, no Paraná. Ao longo das décadas, o negócio virou da família: os tios e pais de Maria Antonia passaram a ter os próprios trens e, eventualmente, a primeira carreta em 2017.

Neta assumiu o negócio

Apesar de criança ter contato com o negócio, Maria Antonia escolheu o Direito, mas o legado familiar falou mais alto. "Quando minha mãe me pediu para assumir a empresa em 2024, vi a chance de aplicar minha experiência em marketing e administração", conta. Sua decisão foi acompanhada por um curso na Disney, onde aprendeu a valorizar a experiência do cliente e a profissionalizar a operação.

As transformações começaram pelo olhar atento ao que o público faz, do momento que chega para comprar o ingresso até a saída da carreta. “Percebi que não bastava só a música alta e os personagens dançando”, diz Maria Antonia. Ela introduziu recepcionistas para dar as boas-vindas e até animadores dentro das carretas para que o show não parasse em nenhum momento.

Com mudanças na gestão, a Carreta da Alegria passou a contar com recepcionistas, animadores e uniformes padronizados. Em 2025, lançou sua primeira personagem feminina, Mary Happy — inédita entre os bonecos que até então tinham apenas personagens masculinos como Fofão, Mario, Capitão América e Homem-Aranha.

A frota atual soma seis carretas e seis trenzinhos, que circulam em cidades como Foz do Iguaçu, Ponta Grossa e Guaratuba, onde integram o calendário oficial.

Planos para o futuro

Maria Antonia planeja expandir a marca para o YouTube, com desenhos animados, e sonha levar o formato para cidades como Dubai, aproveitando o clima e a vida noturna locais para replicar o sucesso paranaense.

“Queremos mostrar que a alegria que criamos aqui pode conquistar qualquer lugar do mundo”, afirma a paranaense. “Se a pessoa está triste e vê o Homem-Aranha dando mortal ou o Fofão dançando funk, ela sorri. Esse é o nosso combustível”.

Leia a história completa aqui.

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