Christina Onassis teve vida conturbada entre clínicas, casamentos e solidão (Getty Images)
Redação Exame
Publicado em 20 de julho de 2025 às 12h54.
Última atualização em 20 de julho de 2025 às 12h54.
Filha do magnata grego Aristóteles Onassis e herdeira de um dos maiores impérios navais do século 20, Christina Onassis viveu cercada de fortuna, mas também de instabilidade emocional. De acordo com Marina Tchomlekdjoglou, com quem conviveu por mais de 20 anos, Christina costumava pagar para não ficar sozinha, recorrendo até mesmo a “amizades contratadas” em momentos de crise.
A revelação foi feita ao jornal espanhol El País, que publicou neste domingo um perfil sobre a vida da bilionária, falecida em 1988 aos 37 anos. O texto aborda não apenas os excessos da elite internacional da época, mas também a fragilidade psicológica que atravessou sua vida — da infância marcada por tragédias até o isolamento emocional na vida adulta.
Segundo Tchomlekdjoglou, com quem Onassis compartilhou viagens e retiros em Marbella, Christina chegou a “alugar” pessoas para acompanhá-la em fins de semana ou temporadas de férias, como forma de preencher o vazio afetivo que a cercava, mesmo em meio a luxos extremos. A herdeira sofria de transtornos alimentares, teve múltiplos casamentos e vivia sob o peso da comparação com o pai e com o mito construído em torno de sua madrasta, Jacqueline Kennedy Onassis.
A única filha viva de Aristóteles Onassis herdou uma fortuna estimada em US$ 1 bilhão de dólares após a morte do irmão Alexander, vítima de um acidente de avião, e da própria mãe, que morreu por overdose.
O império de Onassis ainda incluía uma grande frota de petroleiros, uma ilha privada e propriedades espalhadas pelo mundo.
Por volta de seus 30 anos, Christina oscilava entre compras compulsivas, retiros médicos e casamentos conturbados. Um dos marcos mais controversos foi sua união com Thierry Roussel, com quem teve a única filha, Athina — herdeira atual da fortuna Onassis. Thierry foi seu quarto e último marido.
Apesar do patrimônio, a vida de Christina foi marcada por internações em clínicas psiquiátricas na Suíça, tentativas de estabilização com medicação e uma rotina solitária, ainda que cercada de mordomias, segundo a reportagem do El País.
Marina, que está lançando o livro "Minha vida com Christina Onassis, a verdadeira história jamais contada" (tradução livre) relata que, durante um verão, Christina a contratou por semanas apenas para lhe fazer companhia — pagava hospedagem, roupas e um salário informal, tudo para não precisar enfrentar a solidão.
A morte de Christina, aos 37 anos, foi oficialmente atribuída a um edema pulmonar — embora cercada de especulações à época. Sua filha Athina, que se manteve longe da vida pública, se afastou do "peso" familiar e optou por hábitos mais discretos.
Já a figura de Christina permanece congelada entre o mito da bilionária infeliz e o retrato de uma mulher perdida em um mundo que não soube acolhê-la.