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Aporte do BNDES na MPX deve passar de R$ 125 mi

A avaliação no BNDES, segundo fontes, é de que a MPX é a empresa mais saudável do grupo EBX e que o aporte poderá ficar bem acima dessa cifra

EXAME.com (EXAME.com)

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Da Redação

Publicado em 3 de maio de 2013 às 08h58.

Rio de Janeiro - O aumento de capital que a MPX, empresa de energia do grupo de Eike Batista, pretende efetivar no mês que vem deve contar com aporte direto de, no mínimo, R$ 125 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

O banco estatal, acionista da empresa com 10,34%, tende a acompanhar a operação, que terá garantia do BTG Pactual e foi decidida depois do aumento de participação da alemã E.ON, em 28 de abril.

A avaliação no BNDES, segundo fontes, é de que a MPX é a empresa mais saudável do grupo EBX e que o aporte poderá ficar bem acima dessa cifra. É a única na qual o banco participa diretamente do capital, por meio da BNDESPar.

A decisão do banco, segundo fontes, será aderir, "se for um bom negócio", o que dependerá do preço da oferta. O banco se diz "tranquilo" em relação à exposição ao grupo EBX por meio de sua empresa de energia. O próprio presidente da instituição, Luciano Coutinho, já declarou isso publicamente.

No final de março, a E.ON, que detinha 11,73% de participação na MPX, elevou sua participação para 36,20% comprando uma fatia pertencente a Eike que, por sua vez, teve sua parcela de ações reduzida de 50,08% para 25,61%.

Com base nos dados fornecidos pela empresa sobre a operação de aumento de capital, o coordenador de cursos de pós-graduação da Fundação Instituto de Administração (FIA) Marcos Piellusch, calcula que para manter a mesma participação, o BNDES terá se subscrever 12.410.434 novas ações. Ao preço de R$, 10,00, como foi divulgado no primeiro anúncio da operação, isso leva aos R$ 125 milhões.

O professor Piellusch parte também do princípio de que, não acompanhando a oferta, a posição de Eike como acionista seja diluída para, no máximo, 21,21%. Isso contando que a MPX terá aportes correspondentes a R$ 367 milhões, já anunciado pela E.ON, e de R$ 708 milhões que caberia à participação acionária hoje detida por "outros", o que inclui as ações negociadas no mercado por minoritários.


Segundo fontes, a MPX foi avaliada tecnicamente pelo BNDES como uma empresa bastante firme no fornecimento de energia térmica. A empresa opera hoje cinco usinas, com um total de 1.082 megawatts (MW) de capacidade instalada.

Seu planejamento estratégico prevê chegar ao fim do ano com 2.838 MW. A companhia anuncia "para os próximos" anos, mais 10 mil MW em geração térmica de novos projetos.

Na semana passada, o gerente para carvão da E.ON, Gustavo Fernandez, em evento no Rio disse que a empresa alemã já investiu cerca de 1 bilhão de euros na MPX e disse que novos aportes vão depender do andamento e da necessidade de capital dos projetos. Ele também se disse tranquilo em relação aos riscos e generalizou: "Todos os investimentos tem riscos envolvidos", disse.

Dificuldade de crédito

Os maiores valores liberados pelo BNDES ao grupo X se deram em forma de empréstimos. Ainda segundo fontes, todos têm como garantia fianças bancárias, o que diferencia o crédito liberado a Eike por outras instituições financeiras, que tiveram ações do próprio grupo como garantia.

Na última terça-feira, 30, o presidente da mineradora MMX, Carlos Gonzalez, admitiu, durante teleconferência com analistas para detalhar resultados do primeiro trimestre, que o grupo tem enfrentado dificuldade de crédito no mercado."Há uma prioridade na preservação do caixa (...) é de conhecimento de todos que o grupo passa por dificuldade de crédito", afirmou.

No mês passado, a MMX divulgou duas vezes o mesmo empréstimo obtido do BNDES para o Porto do Sudeste. O anúncio provocou alta das ações em dois momentos diferentes.

O banco não divulgou a liberação da primeira parcela do financiamento, de R$ 935 milhões, porque já havia tornado pública, no ano passado, a aprovação do projeto e não é praxe da instituição divulgar cada etapa do processo.

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