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Venezuela anuncia treinamento de civis armados em meio a tensões com os EUA

Washington acusa o governo venezuelano de ligação com o narcotráfico e reforça sanções contra Caracas

Nicolas Maduro, presidente da Venezuela desde 2013, foi punido por desrespeitar direitos humanos e outras ações (Carolina Cabral/Getty Images)

Nicolas Maduro, presidente da Venezuela desde 2013, foi punido por desrespeitar direitos humanos e outras ações (Carolina Cabral/Getty Images)

Publicado em 19 de setembro de 2025 às 16h16.

O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, informou nesta quinta-feira que militares da Força Armada Nacional Bolivariana irão até comunidades do país para treinar civis no uso de armas. A medida ocorre em meio ao aumento das tensões com os Estados Unidos, que reforçaram a presença militar no Caribe sob a justificativa de combater o narcotráfico.

Segundo Maduro, unidades militares deixarão os quartéis no sábado, 20, para se instalar em bairros e cidades com o objetivo de instruir voluntários no manuseio de armamentos.

Ele afirmou em um evento transmitido pelo canal estatal VTV que será a primeira vez que essa estrutura se deslocará diretamente para as comunidades.

Exercícios militares e pressão dos Estados Unidos

O anúncio acontece após o início de exercícios militares na ilha de La Orchila, localizada a 65 km da costa venezuelana. As manobras, previstas para três dias, foram apresentadas pelo governo como resposta à frota americana que navega na região desde o início de setembro.

A ação é considerada a mais ostensiva ordenada por Maduro desde que Washington reforçou sua presença militar no Caribe. Em três semanas, os EUA afirmaram ter destruído três embarcações supostamente ligadas ao tráfico de drogas, resultando em pelo menos 14 mortes.

A Casa Branca acusa o governo da Venezuela de envolvimento com o narcotráfico e, no fim de agosto, ofereceu uma recompensa de US$ 50 milhões pela captura de Maduro, não reconhecido como líder legítimo pelo governo Trump.

Durante discurso transmitido pela TV estatal, Maduro voltou a acusar os Estados Unidos de planejar uma intervenção para derrubá-lo e tomar os recursos naturais da Venezuela. Ele disse ainda que não busca iniciar um conflito, mas que considera necessário preparar a defesa do país.

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