Elevador da Glória: famílias aguardam indenizações enquanto seguradora cobre despesas emergenciais. (Zed Jameson/Anadolu via Getty Images)
Agência de notícias
Publicado em 3 de outubro de 2025 às 10h58.
Um mês após o trágico acidente com o Elevador da Glória, em Lisboa, que deixou 16 mortos e pelo menos 22 feridos, as famílias das vítimas ainda aguardam o início formal do processo de indenização.
A seguradora Fidelidade, responsável pelo funcionamento do ascensor para a Carris, criou uma comissão técnica independente, presidida por Duarte Nuno Vieira, professor da Universidade de Coimbra. No entanto, o grupo ainda não se reuniu.
Segundo informações do jornal Público, os valores a serem pagos às famílias das vítimas mortais serão diferenciados, considerando idade e rendimentos anuais. No caso dos feridos, a indenização dependerá da gravidade das lesões e do grau de incapacidade.
Devido à complexidade, os feridos deverão receber adiantamentos para despesas imediatas de recuperação, que serão posteriormente descontados do valor final da indenização.
A Fidelidade informou que as compensações levarão em conta fatores como idade, rendimentos, existência de dependentes, despesas médicas e danos não patrimoniais. Para os casos de morte, é necessário apresentar habilitação de herdeiros e declaração de rendimentos, enquanto para os feridos a avaliação só ocorrerá após estabilização clínica.
A situação se complica pelo fato de que as vítimas são de diferentes nacionalidades. Entre os mortos, estão cinco portugueses e 11 estrangeiros de oito países. Entre os feridos, 24 pessoas constam no auto de ocorrência, mas quatro ainda não foram localizadas pela seguradora.
Há ainda casos em que coexistem dois seguros, como os das vítimas portuguesas cobertas por seguros de acidentes de trabalho. Nesses cenários, as famílias terão de optar por qual seguro acionar. Caso escolham o laboral, o processo seguirá para o tribunal de trabalho, que definirá o valor da indenização.
Enquanto o processo não avança, a Fidelidade afirma estar arcando com despesas diárias, incluindo funerais, transladações, viagens, alojamento de familiares, reembolsos médicos e repatriamentos.
Paralelamente, seguem quatro investigações independentes: uma criminal, uma preventiva e duas conduzidas pela Carris — uma interna e outra por auditoria externa.