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Presidente da Colômbia convoca embaixador em Washington para preparar resposta a Trump

Presidente dos Estados Unidos anunciou o fim da ajuda financeira ao país por sua suposta inação na luta contra o narcotráfico e acusou Petro de ser "um líder do narcotráfico"

Publicado em 20 de outubro de 2025 às 06h47.

Última atualização em 20 de outubro de 2025 às 16h54.

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, convocou neta segunda-feira, 10, seu embaixador em Washington para avaliar qual será a resposta oficial do país aos ataques de Donald Trump. Petro também denunciou uma ameaça de "invasão" dos EUA.

Os anúncios ocorreram em um encontro com ministros em Bogotá após Trump chamar Petro de "lider narcotraficante" e estabelecer sanções financeiras contra a nação sul-americana.

Novas tarifas

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou neste domingo, 19, que planeja anunciar tarifas à Colômbia após ter ordenado a suspensão da ajuda financeira ao país.

A informação foi confirmada pelo republicano à imprensa após o senador Lindsey Graham afirmar na rede social X que a Casa Branca preparava tarifas para a Colômbia.

"Li a declaração do senador Graham e está correta", declarou Trump.

Na postagem, Graham disse ter conversado com o presidente e que ele lhe havia explicado que anunciaria até segunda-feira a imposição de sobretaxas a produtos do país sul-americano.

"O presidente Trump é mais duro do que qualquer outro presidente em nossa história e me informou que vai atacar a Colômbia, não apenas seus narcotraficantes, mas também onde mais dói: o bolso. Anunciará importantes tarifas contra a Colômbia, hoje ou amanhã", escreveu Graham.

"Aqueles que continuarem envolvidos no narcoterrorismo contra os Estados Unidos pagarão um preço muito alto. Muito bem, presidente Trump!", acrescentou o parlamentar.

Trump suspende subsídios financeiros à Colômbia

As tensões diplomáticas entre EUA e Colômbia voltaram a escalar neste domingo, após Trump anunciar o fim da ajuda financeira ao país por sua suposta inação na luta contra o narcotráfico e acusou Petro de ser "um líder do narcotráfico".

Em mensagem publicada na plataforma Truth Social, Trump afirmou que “a partir de hoje, estes pagamentos, ou qualquer outra forma de subsídio, não serão mais feitos à Colômbia”.

O republicano acusou Petro de “incentivar fortemente a produção em massa de drogas” e sugeriu uma possível ação direta dos EUA caso a situação não mude.

O presidente colombiano respondeu rapidamente às declarações, afirmando que Trump está sendo “enganado por assessores”.

“Recomendo que leia bem sobre a Colômbia e determine em que parte estão os narcotraficantes e em que parte estão os democratas”, escreveu Petro na rede social X (antigo Twitter).

Petro também disse respeitar o povo americano e destacou que “o problema é com Trump, não com os Estados Unidos”.

Fim de certificação e tensão crescente

No mês passado, Washington retirou da Colômbia a certificação de país aliado na luta contra as drogas, o que já havia sinalizado um desgaste nas relações bilaterais. O status garantia ao país latino-americano centenas de milhões de dólares em apoio militar e humanitário.

De acordo com dados oficiais dos EUA, a Colômbia foi o maior destino de ajuda financeira americana na América do Sul em 2023, com mais de US$ 740 milhões (cerca de R$ 3,9 bilhões).

Metade desse montante era voltada ao combate ao narcotráfico, enquanto o restante financiava programas alimentares e humanitários.

Ameaça de intervenção

As trocas de acusações entre Trump e Petro se intensificaram nas últimas semanas, em meio à ofensiva militar americana no Caribe contra embarcações suspeitas de transportar drogas.

Em sua nova publicação, o presidente dos EUA classificou Petro como “um líder impopular com uma língua afiada em relação aos Estados Unidos” e ameaçou agir:

“É melhor fechar imediatamente estes campos de extermínio, ou os Estados Unidos vão fechá-los por ele — e isso não será feito de forma agradável”.

O governo colombiano acusa Washington de violar sua soberania e de ter matado um pescador em uma das operações.

Petro defende que, sob seu comando, o país reduziu o ritmo de crescimento dos cultivos ilegais e que os números da ONU têm falhas metodológicas.

*Com informações da AFP e EFE

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