Agência de notícias
Publicado em 16 de setembro de 2025 às 13h14.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, iniciou nesta terça-feira, 16, sua segunda visita de Estado ao Reino Unido, com uma agenda dominada pelo comércio e pelos conflitos de Gaza e Ucrânia.
O líder de 79 anos, primeiro presidente dos Estados Unidos a realizar duas viagens oficiais ao Reino Unido, já havia visitado o país em 2019 durante seu primeiro mandato. Assim como na ocasião anterior, ele enfrentará manifestações contrárias.
Provavelmente por isso, Trump se manterá afastado de multidões e permanecerá fora de Londres, onde está prevista uma manifestação contra o mandatário republicano na quarta-feira.
Também são esperados protestos em Windsor, a menos de 40 km da capital, onde Trump passará a maior parte do tempo de sua visita, programada até quinta-feira.
O primeiro-ministro britânico, o trabalhista Keir Starmer, não é um aliado natural do direitista Trump, mas tem procurado conquistá-lo desde que o bilionário regressou à Casa Branca em janeiro.
Trump se reunirá com Starmer na quinta-feira em Chequers, a residência de campo do primeiro-ministro, a 70 km de Londres. Na pauta do encontro estão temas como acordos comerciais, tarifas e os conflitos na Ucrânia e em Gaza.
Ambos deverão assinar acordos na ordem de 13,6 bilhões de dólares (72 bilhões de reais), incluindo um para acelerar novos projetos nucleares, assim como o que círculos econômicos britânicos qualificaram como "uma aliança tecnológica líder a nível mundial".
Starmer afirmou na segunda-feira que aspira a construir "uma era de ouro da energia nuclear" junto aos Estados Unidos.
Pouco antes de pegar o avião para Londres, Trump indicou que um dos objetivos de sua viagem é "ajustar" o acordo comercial concluído com o Reino Unido, e garantiu que o rei Charles III é um "amigo de longa data".
Antes da viagem, o Google anunciou que investirá quase 6,8 bilhões de dólares (36 bilhões de reais) no Reino Unido nos próximos dois anos.
Segundo Evie Aspinall, diretora do grupo de especialistas British Foreign Policy Group, a visita é benéfica tanto para Trump quanto para Starmer.
"Para Trump, é uma oportunidade de desfrutar do aparato cerimonial que ele tanto aprecia, e para Starmer, de desviar a atenção do descontentamento interno e focar em assuntos internacionais onde ele possui maiores realizações", explicou à AFP.
Trump e a esposa Melania chegarão ao Reino Unido na noite desta terça-feira e se hospedarão no Castelo de Windsor, uma das residências oficiais da monarquia britânica.
Serão recebidos na quarta-feira em Windsor pelos príncipes de Gales, William e Catherine, e pelos reis, Charles III e Camilla, que não pôde comparecer nesta terça-feira ao funeral da duquesa de Kent devido a uma sinusite.
Melania Trump terá sua própria agenda na quinta-feira, quando seu esposo se reunirá com o primeiro-ministro britânico. A primeira-dama dos Estados Unidos admirará a casa de bonecas da rainha Mary em Windsor, acompanhada por Camilla, e participará de um evento educativo com a princesa Kate.
A visita oficial de Trump ocorre poucas semanas após uma viagem privada à Escócia, onde nasceu a mãe do presidente americano e onde ele possui vários campos de golfe.
A viagem também acontece uma semana após o governo britânico demitir seu embaixador em Washington, Peter Mandelson, por seus vínculos com o criminoso sexual americano Jeffrey Epstein.
Em uma carta escrita em 2003 por Mandelson, o diplomata se referia a Epstein como seu "melhor amigo". A mensagem apareceu em um livro compilado por amigos de Epstein para seu 50º aniversário, que também contém uma carta junto ao esboço de uma mulher nua com a presumida assinatura de Donald Trump, embora ele o negue.
Starmer havia nomeado Mandelson para o cargo há menos de um ano com a ideia de consolidar os laços entre seu governo e a administração Trump.
Marco Rubio, secretário de Estado americano, que acompanha Trump na viagem, disse que a demissão de Mandelson "não mudará a natureza da visita".
"O Reino Unido é um aliado e parceiro importante", declarou Rubio.