Agência de notícias
Publicado em 30 de setembro de 2025 às 06h44.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ordenou tarifas de 10% sobre as importações de madeira macia e painéis de madeira, além de tarifas de 25% sobre armários de cozinha, penteadeiras e produtos estofados de madeira. A medida marca a mais recente tentativa da Casa Branca de usar impostos de importação para fortalecer a manufatura doméstica.
As tarifas começarão a ser aplicadas a partir de 14 de outubro, com novos aumentos previstos para 1º de janeiro do próximo ano, segundo documento assinado nesta segunda-feira. Elas decorrem de uma investigação do Departamento de Comércio, aberta em março, sobre importações de madeira, painéis e derivados.
Trump afirmou que as ações planejadas “fortalecerão as cadeias de suprimentos, aumentarão a resiliência industrial, criarão empregos de alta qualidade e aumentarão a utilização da capacidade doméstica para produtos de madeira”.
As tarifas foram impostas com base na Seção 232 da Lei de Expansão do Comércio, que autoriza o presidente a aplicar impostos em nome da segurança nacional. Segundo o governo, essa base legal pode torná-las mais duráveis juridicamente, em meio a questionamentos na Suprema Corte sobre tarifas recíprocas.
Economias que firmaram acordos separados com os EUA terão taxas reduzidas: produtos do Reino Unido não ultrapassarão 10%, enquanto para a União Europeia e o Japão o teto será de 15%.
Alguns republicanos incentivaram Trump a taxar fortemente móveis e derivados de madeira para impulsionar indústrias locais. O presidente citou em particular os fabricantes da Carolina do Norte, que reclamam de concorrência estrangeira subsidiada.
Setores como o de construção e varejo alertaram para possíveis impactos negativos. Varejistas de móveis como Wayfair, Arhaus, Williams-Sonoma e RH podem ser afetados, enquanto fabricantes domésticos como Ethan Allen e La-Z-Boy tendem a se beneficiar.
Construtoras afirmam que a medida pode encarecer novas habitações. Já grupos industriais alertaram que a cadeia global de suprimentos do setor de móveis não pode ser facilmente substituída.
A coalizão Furniture for America afirmou que as tarifas “não podem reabrir fábricas que não existem mais, trazer de volta trabalhadores aposentados nem alterar tendências globais do setor”.
De acordo com a Casa Branca, os EUA são importadores líquidos de madeira desde 2016, e parte dessas importações seria beneficiada por subsídios estatais e práticas predatórias.
As tarifas fazem parte de um conjunto mais amplo de medidas setoriais aplicadas pelo governo Trump, que já incluem aço, alumínio e investigações em andamento sobre painéis solares, aeronaves comerciais, semicondutores e minerais críticos.