Donald Trump: presidente americano deve se encontrar com Lula no domingo, 26 (Andrew Caballero-Reynolds/AFP)
Repórter de agro e macroeconomia
Publicado em 25 de outubro de 2025 às 09h32.
Última atualização em 25 de outubro de 2025 às 09h50.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse estar disposto a reduzir as tarifas impostas ao Brasil “sob as circunstâncias certas”. A declaração foi feita às vésperas de seu encontro com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), previsto para este domingo, 26, na Malásia.
Os dois líderes participam da cúpula da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), onde têm agendas voltadas a temas comerciais e diplomáticos — este será o primeiro encontro oficial entre Lula e Trump desde a aplicação da sobretaxa de 50% sobre os produtos brasileiros, em agosto deste ano.
A declaração de Trump elevou as expectativas em torno de um possível acordo bilateral entre os dois países. O governo brasileiro deve inicialmente buscar a suspensão temporária das tarifas enquanto negocia, em paralelo, um acordo definitivo.
Já os Estados Unidos devem incluir na pauta a ampliação do acesso do etanol de milho ao mercado brasileiro e a regulação das big techs. Os EUA reclamam da tarifa de 18% aplicada no Brasil, enquanto, nos EUA, a alíquota é de apenas 2,5%.
Neste sábado, 25, Lula disse que o Brasil trabalha para fortalecer o diálogo e a cooperação entre os países do Sul Global e fez críticas a tarifas impostas por outras nações.
"Rejeitamos a lógica da guerra como continuidade da política. Tarifas não são mecanismos de coerção", afirmou o presidente brasileiro durante evento no qual recebeu o título de Doutor Honoris Causa em Filosofia e Desenvolvimento Internacional e Sul Global concedido pela Universidade Nacional da Malásia.
A Malásia sediará, entre domingo e terça-feira, a maior cúpula de líderes da Associação de Nações do Sudeste Asiático (ASEAN) e países aliados, reunindo nomes como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o americano Donald Trump.
Mais de 10 mil agentes de segurança foram mobilizados em Kuala Lumpur, que está decorada com pôsteres da ASEAN para receber a 47ª edição do encontro.
A guerra comercial global deve dominar as discussões, especialmente as tarifas impostas pelos Estados Unidos, que têm impactado fortemente as economias exportadoras do Sudeste Asiático.
"Para os líderes da região, esta cúpula é uma oportunidade de mostrar a importância estratégica do Sudeste Asiático e buscar uma moderação nas tarifas americanas", afirmou o cientista político Ja Ian Chong, da Universidade Nacional de Singapura, a Agência EFE.
A ASEAN — composta por Singapura, Malásia, Tailândia, Vietnã, Indonésia, Filipinas, Brunei, Laos, Mianmar e Camboja — abrirá o evento com uma cerimônia no centro de convenções de Kuala Lumpur.
O cronograma prevê reuniões bilaterais, entre elas uma possível conversa entre Trump e Lula, que já estão na capital malaia.