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Trump diz que os países que não fecharem acordo enfrentarão tarifas entre 15% e 50%

Declaração do presidente dos EUA ocorreu na tarde desta quarta-feira, em um evento em Washington

Mateus Omena
Mateus Omena

Repórter

Publicado em 23 de julho de 2025 às 19h55.

Última atualização em 23 de julho de 2025 às 21h01.

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O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, indicou nesta quarta-feira, 23, que as tarifas recíprocas não devem ser inferior a 15% e devem alcançar a máxima de 50% antes do prazo final de 1º de agosto.

"Teremos tarifa direta e simples entre 15% e 50%", afirmou Trump, durante uma cúpula sobre IA em Washington, nesta tarde. "Algumas tarifas podem atingir 50%, pois não temos tido um bom relacionamento com alguns países."

A declaração de Trump, que confirmou que as tarifas começariam em 15%, representa uma nova mudança em sua estratégia para implementar taxas sobre quase todos os países com os quais os EUA mantêm relações comerciais, além de ser mais uma indicação de que ele busca impor as taxas de forma mais assertiva aos países que não fazem parte do pequeno grupo de nações que já fecharam acordos comerciais com Washington, informou a Bloomberg.

No início deste mês, Trump afirmou que mais de 150 países receberiam uma carta, que incluiria uma tarifa "provavelmente de 10% ou 15%".

O Secretário de Comércio, Howard Lutnick, informou à CBS News, neste domingo, que países menores, como "os latino-americanos, os caribenhos e muitos da África", teriam uma tarifa básica de 10%. Quando as tarifas foram inicialmente anunciadas, em abril, Trump revelou que a tarifa universal seria de 10% para praticamente todos os países.

Nesta terça-feira, 22, Trump anunciou a redução da tarifa de 25% para 15% sobre as importações do Japão, em troca da remoção das restrições a alguns produtos americanos e do apoio ao fundo de investimento de US$ 550 bilhões. Outros países, como Coreia do Sul, Índia e membros da União Europeia, continuam buscando um acordo antes da implementação de tarifas mais altas.

Na quarta-feira, Trump comentou que "teria uma tarifa muito simples para alguns países", explicando que existem muitas nações com as quais "não se pode negociar acordos".

"Se concordarem em abrir o mercado para empresas americanas, então permitirá que paguem uma tarifa mais baixa", declarou o republicano.

Relações com a União Europeia

De acordo com fontes ouvidas pelo jornal Financial Times, a União Europeia e os Estados Unidos estão avançando em um acordo comercial que estabeleceria tarifas de 15% sobre as importações europeias. A medida é similar à que o presidente dos EUA, Donald Trump, firmou com o Japão na noite da última terça-feira, 22.

Nas negociações, tanto a UE quanto os EUA suspenderiam tarifas sobre alguns produtos, como aeronaves, bebidas alcoólicas e equipamentos médicos, disseram as fontes ao site em condição de anonimato.

A União Europeia segue trabalhando em um possível pacote de tarifas retaliatórias no valor de 93 bilhões (aproximadamente US$ 109 bilhões), com alíquotas de até 30%, que seriam aplicadas caso o bloco econômico não chegue a um acordo com Trump até o dia 1º de agosto.

A notícia sobre o avanço na definição do acordo comercial entre a União Europeia e os Estados Unidos resultou na valorização do euro, que conseguiu recuperar as perdas anteriores e fechou estável em relação ao dólar. As ações americanas também registraram ganhos, com o S&P 500 subindo 0,6%.

Desde abril, os exportadores europeus têm enfrentado uma tarifa adicional de 10% sobre produtos enviados aos Estados Unidos, enquanto as negociações entre Washington e Bruxelas continuavam. Essa tarifa se soma às taxas já existentes, que possuem uma média de 4,8%.

Acordo com o Japão

Nesta terça-feira, 22, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, declarou nesta terça-feira, 22, que concluiu um acordo comercial "gigantesco" com o Japão, que envolve tarifas recíprocas de 15%.

De acordo com um comunicado feito pelo republicano na rede social Truth Social, o entendimento envolve investimentos de US$ 550 bilhões e que os EUA receberão "90% dos lucros".

Trump também afirmou que o Japão "abrirá o país ao comércio, incluindo carros e caminhões, arroz e alguns outros produtos agrícolas, entre outros". O presidente dos EUA acrescentou que o acordo também criaria "centenas de milhares de empregos".

"Acabamos de concluir um acordo gigantesco com o Japão, talvez o maior acordo já feito. O Japão investirá, sob minha orientação, 550 bilhões de dólares nos Estados Unidos, que receberão 90% dos lucros. Esse acordo criará centenas de milhares de empregos — nunca houve nada parecido. Talvez o mais importante seja que o Japão abrirá seu país ao comércio, incluindo carros e caminhões, arroz e certos outros produtos agrícolas, entre outras coisas. O Japão pagará tarifas recíprocas de 15% aos Estados Unidos. Este é um momento muito empolgante para os Estados Unidos da América, especialmente pelo fato de continuarmos sempre a ter um ótimo relacionamento com o Japão. Obrigado por sua atenção a este assunto!"

Em sua carta enviada ao Japão no início deste mês, Trump ameaçou impor uma tarifa de 25% sobre as exportações do país para os EUA a partir de 1º de agosto, 1 ponto percentual acima da taxa de 24% anunciada durante suas tarifas do "Dia da Libertação" de 2 de abril.

Automóveis japoneses importados para os EUA já estão sujeitos a uma tarifa de 25%, em linha com os demais países. As exportações de automóveis para os EUA são um pilar da economia japonesa, representando 28,3% de todas as remessas em 2024, segundo informações da CNBC.

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