Repórter
Publicado em 18 de agosto de 2025 às 19h58.
Última atualização em 18 de agosto de 2025 às 20h31.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta segunda-feira, 18, que seu governo está preparando uma reunião trilateral com os presidentes ucraniano, Volodymyr Zelensky, e russo, Vladimir Putin.
A declaração foi feita após encontros com Zelensky e sete líderes europeus na Casa Branca nesta tarde. Enquanto Trump se mostrou otimista em relação ao fim da guerra na Ucrânia, Zelensky e os outros líderes europeus expressaram ceticismo — eles exigem garantias de que a Rússia não voltará a invadir a Ucrânia no futuro.
"Tivemos um dia de muito sucesso até o momento", disse Trump em sua rede social Truth Social, no início da reunião. Ele disse que acredita que "chegaremos a um comum acordo hoje".
E acrescentou: "Durante o encontro, discutimos as garantias de segurança para a Ucrânia, que seriam fornecidas por vários países europeus, em coordenação com os Estados Unidos. Todos estão muito felizes com a possibilidade de PAZ para Rússia/Ucrânia. Ao final das reuniões, liguei para o presidente Putin e iniciei os preparativos para um encontro, em local ainda a ser definido, entre Putin e o presidente Zelensky. Após essa reunião acontecer, teremos um encontro trilateral, com os dois presidentes e eu".
Trump fez uma ligação para Putin durante a reunião fechada com os líderes europeus, discutindo o encontro trilateral. O Kremlin, no entanto, tratou a possibilidade de um encontro direto entre Putin e Zelensky como uma "ideia", sugerindo que inicialmente poderiam envolver funcionários de alto escalão.
No encontro com Trump, os líderes europeus pressionaram o presidente americano para que um possível acordo de paz que encerre a guerra, iniciada em 2022 com a invasão russa, venha com garantias substanciais de que a Rússia não retomará ataques, em razão do impacto na segurança de toda a Europa. O encontro ocorreu três dias após uma reunião entre Trump e Putin na Alasca.
Estiveram presentes na reunião os líderes europeus Emmanuel Macron (presidente da França), Keir Starmer (premiê do Reino Unido), Friedrich Merz (chanceler da Alemanha), Ursula von der Leyen (presidente da Comissão Europeia), Mark Rutte (primeiro-ministro dos Países Baixos), Giorgia Meloni (premiê da Itália) e Alexander Stubb (presidente da Finlândia).
Trump afirmou que está buscando "aparar as arestas" com seus aliados europeus nesta segunda-feira para poder retomar as negociações com Vladimir Putin. "Em uma ou duas semanas, saberemos se conseguimos ou não resolver esses combates terríveis", declarou. O presidente americano expressou o desejo de que a reunião trilateral ocorra "o quanto antes", com a expectativa de que ela aconteça até o final de agosto, conforme revelou uma fonte da Casa Branca ao site "Axios".
Trump informou a Zelensky que os Estados Unidos estão prontos para oferecer garantias de segurança à Ucrânia, destacando que esse foi um dos tópicos centrais do encontro. De acordo com os EUA, Putin teria concordado que, em um possível acordo de cessar-fogo, os Estados Unidos e os aliados europeus poderiam garantir a proteção da Ucrânia de uma forma similar ao Artigo 5 da OTAN, que estabelece a defesa mútua em caso de ataque.
Os líderes europeus, contudo, pediram a Trump garantias de segurança contra possíveis novos ataques da Rússia após um eventual acordo de cessar-fogo, enfatizando que a segurança da Ucrânia é crucial para toda a Europa.
Macron e Merz fizeram apelos para um cessar-fogo imediato no conflito. O presidente francês destacou para Trump que as negociações para encerrar a guerra na Ucrânia têm implicações para todo o continente europeu, e por isso pediu que os líderes europeus sejam incluídos na cúpula tripartite planejada por Trump com Putin e Zelensky.
Já Meloni apontou que uma das questões mais importantes neste momento é "como garantir que isso [a invasão russa] não aconteça novamente, o que é uma condição fundamental para qualquer tipo de paz".