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Trump conclui visita ao Golfo marcada por promessas de investimentos

Promessas somam até 1,4 trilhão de dólares em investimentos durante 10 anos

Viagem de Donald Trump ao Golfo: promessas de investimentos bilionários e mudanças na diplomacia regional (Brendan SMIALOWSKI / AFP)

Viagem de Donald Trump ao Golfo: promessas de investimentos bilionários e mudanças na diplomacia regional (Brendan SMIALOWSKI / AFP)

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Agência de notícias

Publicado em 16 de maio de 2025 às 11h23.

Donald Trump conclui nesta sexta-feira, 16, nos Emirados Árabes Unidos uma viagem por países do Golfo marcada por promessas de investimentos bilionários nos Estados Unidos, mas também pelo fim das sanções impostas à Síria e pelo otimismo nas negociações com o Irã.

Embora tenha visitado uma região com várias questões geopolíticas em aberto, a primeira viagem internacional do segundo mandato do presidente americano teve um intenso tom econômico e empresarial.

O magnata republicano recebeu muitas promessas de investimentos: 600 bilhões de dólares da Arábia Saudita, um contrato com a Boeing de US$ 200 bilhões no Catar e 1,4 trilhão de dólares dos Emirados Árabes Unidos em investimentos durante os próximos 10 anos.

"É o maior investimento já feito, e realmente valorizamos. E vamos tratá-los como vocês merecem, de forma magnífica", agradeceu Trump ao presidente dos Emirados Árabes Unidos, Mohamed bin Zayed, em uma reunião na quinta-feira.

A Casa Branca também detalhou que foram assinados acordos no valor total de 200 bilhões de dólares, incluindo um pedido de 14,5 bilhões de dólares para a Boeing e para a GE Aerospace, além da participação do grupo ADNOC em um projeto de 60 bilhões de dólares nos Estados Unidos.

Síria, Irã, Gaza e tensões regionais

Além do componente econômico, a viagem de Trump incluiu declarações e gestos impactantes sobre as várias crises que abalam a região, como o novo governo na Síria, a guerra em Gaza ou o programa nuclear do Irã.

Antes de deixar Abu Dhabi, Trump afirmou que o Irã deve tomar uma decisão rapidamente sobre a proposta apresentada pelos Estados Unidos a respeito de seu programa nuclear ou assumir as potenciais consequências.

"Eles sabem que precisam agir rapidamente ou algo ruim vai acontecer", disse o republicano aos jornalistas, após quatro reuniões entre os dois países nas últimas semanas.

Na primeira escala da viagem, a Arábia Saudita, Trump surpreendeu com o anúncio da suspensão das sanções dos Estados Unidos contra a Síria e uma reunião com seu homólogo Ahmed al Sharaa, ex-jihadista que derrubou o governo de Bashar al-Assad.

E sobre a Faixa de Gaza, Trump reiterou sua vontade de assumir o controle do território palestino, destruído por 19 meses de guerra entre Israel e Hamas, e transformá-lo em "uma zona de liberdade".

Em Abu Dhabi, ele declarou que "muitas pessoas estão passando fome" no território palestino, que não recebe ajuda humanitária devido ao bloqueio israelense retomado há dois meses, e prometeu: "Vamos resolver".

Adepto de uma diplomacia transacional, o presidente americano celebrou na quinta-feira uma viagem "recorde" que, segundo ele, poderia "gerar no total 3,5 ou 4 trilhões de dólares em apenas quatro ou cinco dias".

O cumprimento dos valores de investimento e contratos tão elevados costuma ser difícil de verificar a longo prazo.

Segundo o jornal local The National, os Emirados Árabes Unidos buscam uma aliança com os Estados Unidos no setor de tecnologia e Inteligência Artificial (IA).

Os países do Golfo, que estão entre os principais exportadores de petróleo do mundo, apostam na IA na estratégia de diversificar suas economias e querem garantir o acesso à tecnologia de ponta americana.

O republicano confirma com a viagem uma ruptura radical com a diplomacia de seu antecessor democrata Joe Biden, baseada em parte no respeito aos direitos humanos.

Em seu primeiro dia na capital saudita, Trump apoiou os regimes da região e criticou as estratégias diplomáticas ocidentais baseadas na promoção da democracia.

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