Redução de tarifas: EUA e China negociam um alívio temporário nas tensões comerciais. (SAUL LOEB / AFP)
Agência de notícias
Publicado em 12 de maio de 2025 às 14h47.
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que deve conversar com o líder chinês Xi Jinping ainda nesta semana. A fala ocorreu após negociações entre Washington e Pequim que resultaram em um acordo para reduzir temporariamente as tarifas, visando diminuir as tensões na guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo.
— Vou falar com o presidente Xi, talvez no fim da semana. Conseguimos um reset completo — disse Trump na Casa Branca na segunda-feira.
O acordo tarifário, acertado após negociações na Suíça entre o secretário do Tesouro, Scott Bessent, e o representante de Comércio dos EUA, Jamieson Greer, com uma delegação chinesa, prevê que os 145% de tarifas aplicadas pelos EUA sobre a maioria das importações chinesas sejam reduzidos para 30% — incluindo a tarifa vinculada ao fentanil — até 14 de maio. Já as tarifas chinesas de 125% sobre produtos americanos cairão para 10%.
Trump também afirmou que a China concordou em "suspender e remover todas as suas barreiras não monetárias".
— Eles concordaram em abrir a China, abrir completamente a China. E acho que isso será fantástico para a China. Acho que será fantástico para nós, e acho que será ótimo para a unificação e a paz — disse Trump.
— As conversas em Genebra foram muito amigáveis, o relacionamento é muito bom. Não estamos tentando prejudicar a China. A China estava sendo muito prejudicada — completou Trump.
A redução das tarifas por três meses dará tempo aos países para negociar um acordo comercial mais amplo. As reduções não se aplicam às tarifas setoriais impostas a todos os parceiros comerciais dos EUA nem às tarifas aplicadas à China durante o primeiro mandato de Trump.
Os avanços nas negociações comerciais impulsionaram as Bolsas mundiais. Em Wall Street, o S&P 500 subia 2,5%, superando o impacto negativo do anúncio surpresa de Trump em 2 de abril, o chamado “Dia da Libertação”, enquanto o dólar se fortalecia em mais de 1%.
Trump também afirmou que já havia conversado mais cedo com Tim Cook, da Apple, e que ele havia informado sobre o aumento dos investimentos da empresa nos EUA.
As medidas anunciadas por Trump soaram como um alívio para as empresas. Em abril, Trump anunciou tarifas abrangentes contra dezenas de países, como parte de uma tentativa de trazer mais empregos industriais de volta aos EUA e gerar mais receita para o governo federal.
Mas ele rapidamente suspendeu essas tarifas para dar aos parceiros comerciais um prazo de 90 dias para negociar acordos. Na semana passada, ele anunciou o primeiro desses acordos — com o Reino Unido — embora o pacto tenha ficado aquém do “acordo abrangente” que Trump havia prometido, com muitos detalhes ainda pendentes de negociação.
Os investidores, no entanto, estavam ansiosos por negociações entre os EUA e a China e por qualquer sinal de que os países poderiam encontrar uma saída para suavizar a disputa comercial. Embora os últimos desdobramentos tenham animado os mercados, a experiência mostra que pode levar muito tempo para que os EUA e a China cheguem a um acordo detalhado.
A diminuição da tensão ocorre após dados recentes mostrarem uma queda no comércio entre as duas potências, alimentando preocupações de que a ampla agenda tarifária de Trump possa prejudicar os consumidores americanos com preços mais altos e menos opções, além de levar a economia global a uma recessão.