Redatora
Publicado em 8 de setembro de 2025 às 07h16.
O conselheiro econômico-chefe da Índia, V. Anantha Nageswaran, afirmou que a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de dobrar para 50% as tarifas sobre produtos indianos pode reduzir em até 0,6% o Produto Interno Bruto (PIB) do país neste ano fiscal.
“Espero que a tarifa adicional seja um fenômeno de curta duração”, disse Nageswaran em entrevista à Bloomberg TV, nesta segunda-feira, 8.
Segundo ele, o impacto pode variar entre 0,5% e 0,6%, dependendo da duração da medida. Caso a incerteza se estenda para o próximo ano fiscal, o efeito será “maior”, representando um risco para a economia indiana.
Trump justificou o aumento da tarifa em agosto como punição à Índia pela compra de petróleo russo. As alíquotas são as mais altas da Ásia, tornando os produtos indianos menos competitivos em relação a rivais como Vietnã e Bangladesh.
O mercado americano é o principal destino das exportações indianas, com setores intensivos em mão de obra, como têxteis e joias, entre os mais atingidos.
Apesar do risco, Nageswaran manteve a previsão oficial de crescimento entre 6,3% e 6,8% no ano fiscal que termina em março de 2026. Ele destacou a forte expansão no segundo trimestre, quando a economia cresceu 7,8% — o ritmo mais acelerado em mais de um ano.
O conselheiro também citou como fatores positivos os cortes recentes em impostos diretos e impostos sobre consumo, além da inflação no menor nível em oito anos, o que deve elevar a renda disponível e estimular os gastos.
Na semana passada, o governo reduziu o imposto sobre bens e serviços de itens de uso diário para estimular a demanda. A expectativa é que a medida adicione entre 0,2% e 0,3% ao PIB.
Segundo Nageswaran, a Índia deve cumprir a meta de déficit fiscal de 4,4% neste ano, apoiada em repasses do banco central e em receitas com vendas de ativos.