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Soldado é apedrejado no Paquistão por relação com uma jovem

Segundo autoridades locais, ele teria tido uma relação ilícita com uma jovem em uma zona tribal conservadora situada na fronteira com o Afeganistão


	Soldados em tanque em Kurram, no Paquistão: até o momento não se sabe o que acontecerá com a jovem
 (A. Majeed/AFP)

Soldados em tanque em Kurram, no Paquistão: até o momento não se sabe o que acontecerá com a jovem (A. Majeed/AFP)

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Da Redação

Publicado em 13 de março de 2013 às 10h39.

Peshawar - Um soldado paquistanês foi apedrejado nesta semana por ter mantido uma relação ilícita com uma jovem em uma zona tribal conservadora situada na fronteira com o Afeganistão, afirmaram várias autoridades locais nesta quarta-feira.

Anwar ud-Din, um soldado de cerca de 25 anos, esteve destinado por dois anos em Parachinar, principal cidade do distrito tribal de Kurram, e foi transferido à parte da Caxemira administrada pelo Paquistão. No entanto, o militar retornou recentemente à cidade para se reunir com uma jovem, com a qual foi visto no domingo em um cemitério.

Uma assembleia tribal o condenou a morrer apedrejado por adultério depois que reconheceu ter estado ao menos três vezes com esta jovem, afirmou à AFP um notável que pediu para permanecer no anonimato.

"O apedrejamento ocorreu na terça-feira no cemitério de Tori. Entre 40 e 50 (pessoas) lançaram pedras contra o homem até que ele morreu", contou esta autoridade tribal, e acrescentou que os restos mortais foram abandonados em um hospital local.

"Ver a cena foi horrível. O corpo estava realmente mutilado por todos estes projéteis. Tinha hematomas por todo o corpo e o rosto era irreconhecível", explicou uma fonte hospitalar local.

Até o momento não se sabe o que acontecerá com a jovem. Algumas pessoas afirmam que também foi apedrejada, embora tenha negado ter mantido uma relação com o soldado, acrescentou a fonte sem entrar em detalhes.

Nos sete distritos tribais do noroeste do Paquistão, considerados um santuário dos talibãs e de outros grupos vinculados à Al-Qaeda, os conselhos locais, ou jirgas, são os responsáveis por tomarem as decisões judiciais e o fazem aplicando as tradições e uma interpretação rígida da religião muçulmana.

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