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PIB da Suíça surpreende às vésperas da tarifa de 39% imposta por Trump

Economia cresceu 0,1% no segundo trimestre, superando previsões; governo tenta negociar redução das tarifas impostas por Trump

Publicado em 15 de agosto de 2025 às 07h05.

A economia da Suíça surpreendeu com alta de 0,1% no segundo trimestre, resultado melhor que a contração de 0,1% projetada por economistas consultados pela Bloomberg.

O desempenho foi sustentado por exportadores que anteciparam vendas aos Estados Unidos antes da entrada em vigor de tarifas comerciais.

O avanço ocorre às vésperas do impacto da tarifa de 39% imposta pelo presidente americano Donald Trump sobre produtos suíços — a mais alta aplicada a um país desenvolvido.

Segundo a Bloomberg, o governo suíço negocia para tentar reduzir esse percentual e vê chance de chegar a um acordo até o fim de outubro, prazo citado pelo Tesouro dos EUA para encerrar conversas com países sem tratado comercial.

Para Ipek Ozkardeskaya, analista sênior da Swissquote, o atual patamar não deve ser “a última palavra” e há possibilidade de revisão. Ela ressalta, porém, que além das tarifas, o franco suíço forte pesa sobre a competitividade.

Nesse cenário, a expectativa de cortes de juros pelo Banco Nacional Suíço no segundo semestre é vista como “muito realista” para aliviar custos de financiamento.

Avanço do PIB

Segundo dados do governo, perdas na indústria foram compensadas por ganhos no setor de serviços. A estimativa preliminar, ajustada para eventos esportivos de grande porte, será revisada em 28 de agosto.

O setor farmacêutico, um dos principais da economia, continua livre das tarifas, mas é considerado um ponto de incerteza após Trump sinalizar medidas para o segmento. Caso medicamentos também sejam taxados, “o risco de recessão não poderia ser descartado”, afirmou Hans Gersbach, do instituto KOF, em entrevista à Bloomberg.

Enquanto isso, algumas empresas já avaliam deslocar parte da produção para fora da Suíça para minimizar o impacto nos negócios. É o caso da fabricante de chocolates Lindt & Spruengli, que considera transferir para os EUA a fabricação dos tradicionais coelhos de Páscoa dourados.

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