Mundo

Petro condiciona colaboração antidrogas com EUA a respeito ao direito internacional

Declaração do presidente colombiano ocorreu após o ataque militar em águas do mar do Caribe contra uma embarcação que supostamente transportava drogas

EFE
EFE

Agência de Notícias

Publicado em 5 de setembro de 2025 às 16h38.

Tudo sobreEstados Unidos (EUA)
Saiba mais

O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, advertiu nesta sexta-feira que a colaboração com os Estados Unidos na luta contra o narcotráfico está condicionada ao respeito ao direito internacional, após o ataque militar em águas do mar do Caribe contra uma embarcação que supostamente transportava drogas, no qual morreram 11 supostos “narcoterroristas” venezuelanos.

Ao comentar uma recomendação nesse sentido feita hoje em Genebra pelo Escritório do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos (ACNUDH), Petro lembrou que há dois dias ele mesmo classificou como “assassinato” o ataque dos EUA contra a lancha na qual supostamente viajavam membros do grupo Tren de Aragua, declarado terrorista pelos EUA.

“Eu disse que foi um assassinato e é um assassinato em qualquer parte do mundo. Se o governo dos EUA não se importa com a ONU e o direito internacional, eu me importo”, afirmou na rede social X (ex-Twitter) o presidente colombiano, que está em visita ao Japão.

Em seguida, Petro disse que a colaboração do governo colombiano na luta contra o narcotráfico é profunda, sem hipocrisia, mas está sujeita ao direito internacional.

“O governo dos EUA, se respeitar o direito internacional, tem todo o meu apoio, mas se o violar, teremos que refazer nossa colaboração”, afirmou.

Petro, que defende uma nova abordagem na luta contra as drogas, ressaltou que, sob seu governo, “a Colômbia não colabora com assassinatos”, mas faz “uso proporcional da força, como ensinam décadas de sabedoria humana em tratados aprovados mundialmente e que fazem parte da nossa Constituição”.

O presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou na terça-feira passada, na Casa Branca, que a Marinha do país destruiu um barco tripulado por narcotraficantes em águas do mar do Caribe, onde os EUA realizaram nas últimas semanas um destacamento naval com o objetivo de “frear o fluxo de drogas”, segundo Washington.

A operação, que inclui contratorpedeiros, um cruzador lançador de mísseis e um submarino de ataque rápido com propulsão nuclear, faz parte da estratégia antidrogas dos EUA, que afirma ter o apoio de vários países latino-americanos.

O governo colombiano, que exerce a presidência temporária da Comunidade de Estados Latino-Americanos e Caribenhos (Celac), rejeitou na segunda-feira “a lógica da intervenção” durante uma reunião virtual de ministros das Relações Exteriores convocada para analisar o envio de navios americanos ao Caribe, perto das águas da Venezuela.

Acompanhe tudo sobre:Donald TrumpEstados Unidos (EUA)VenezuelaTráfico de drogasNicolás Maduro

Mais de Mundo

EUA cortará ajuda militar a países europeus vizinhos da Rússia, diz funcionário

Fórum do Brics 2025 reúne representantes de 34 países na China

China injeta RMB 1 trilhão no sistema bancário para garantir liquidez

Flórida inaugura novo centro de detenção para imigrantes ilegais