Redação Exame
Publicado em 9 de novembro de 2025 às 17h05.
A paralisação mais longa da história do governo dos Estados Unidos provocou um apagão de dados econômicos, afetando relatórios essenciais sobre emprego e inflação e deixando o Federal Reserve (Fed) em um cenário de incerteza.
O Bureau of Labor Statistics deveria divulgar o índice de preços ao consumidor (CPI) de outubro, mas a suspensão das atividades interrompeu a coleta de informações e deve impedir a publicação do indicador. Sem esses números, o Fed fica sem referência clara sobre o ritmo da inflação e do mercado de trabalho, fatores decisivos para definir a política de juros.
De acordo com economistas, mesmo que o governo volte a funcionar em breve, os dados coletados retroativamente podem ser imprecisos. Indicadores privados tentam preencher as lacunas, mas não substituem as medições oficiais. O CPI de setembro havia mostrado alta anual de 3%, abaixo das expectativas, e projeções apontam resultado semelhante para outubro.
O presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que um novo corte de juros em dezembro “não está garantido”, reforçando a divisão entre dirigentes sobre os próximos passos. Investidores aguardam discursos de autoridades como John Williams e Raphael Bostic, que podem sinalizar a direção da política monetária.
No Canadá, o banco central divulgará detalhes sobre sua decisão de reduzir juros em outubro, enquanto países da Ásia e Europa publicam dados econômicos que devem indicar ritmo mais fraco de crescimento. Na América Latina, destaque para a ata do Banco Central do Brasil, que manteve a taxa em 15%, e para os dados de inflação da Colômbia e da Argentina.
Com o bloqueio do governo americano e a escassez de dados oficiais, autoridades monetárias em todo o mundo atuam com cautela, aguardando sinais mais claros sobre o rumo da economia global.