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Para PR, apuração nos Transportes é 'inconclusiva'

Partido quer que o governo faça um gesto político de aliança, inocentando seus dirigentes

Dois meses após ser defenestrado do comando do Ministério dos Transportes, o senador Alfredo Nascimento observou que a sindicância não indicou os responsáveis (José Cruz/ABr)

Dois meses após ser defenestrado do comando do Ministério dos Transportes, o senador Alfredo Nascimento observou que a sindicância não indicou os responsáveis (José Cruz/ABr)

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Da Redação

Publicado em 9 de setembro de 2011 às 08h26.

Brasília - A cúpula do PR avaliou ontem que a auditoria feita pela Controladoria-Geral da União (CGU) nos Transportes foi "inconclusiva" e pode até mesmo atrapalhar as negociações para o retorno do partido à base aliada, caso o governo não faça um gesto político, inocentando seus dirigentes. Dois meses após ser defenestrado do comando do Ministério dos Transportes, no rastro do escândalo de corrupção, o senador Alfredo Nascimento (PR-AM) deu a senha da reação do partido ao observar que a sindicância não indica os responsáveis pelos malfeitos.

Embora o relatório da CGU aponte 66 irregularidades em processos de licitação e contratos, com prejuízo de R$ 682 milhões aos cofres públicos, Nascimento disse, em nota, continuar aguardando que as "suspeitas" veiculadas pela imprensa sejam esclarecidas "de modo cabal". Presidente do PR, o senador destacou que a auditoria não elucida o "suposto envolvimento" de integrantes da equipe liderada por ele, nos Transportes, na prática de irregularidades.

"Nós esperávamos que essa celeuma tivesse um ponto final com a sindicância da CGU porque, afinal de contas, pessoas foram afastadas e caiu um ministério inteiro", afirmou o senador Blairo Maggi (PR-MT). Padrinho de Luiz Antônio Pagot - o então diretor-geral do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit) que saiu na esteira da crise -, Maggi disse ter ficado "desapontado" com o que a CGU divulgou.

"A auditoria da CGU não disse a que veio", comentou o senador. "Eu, particularmente, esperava que o relatório identificasse os responsáveis por irregularidades, mas não há responsabilização de nada nem de ninguém. Foi um documento muito vago."

Na próxima semana, a cúpula do PR vai se reunir para decidir se é conveniente voltar para a base aliada. Por determinação da presidente Dilma Rousseff, os ministros Ideli Salvatti (Relações Institucionais) e Gilberto Carvalho (Secretaria-Geral) têm conversado com dirigentes e parlamentares do PR e pedido que retornem para a coalizão. Apesar de não comparecer mais às reuniões do Conselho Político, até hoje o partido não cumpriu a promessa de devolver os cargos que ocupa.

O líder do PR na Câmara, Lincoln Portela (MG), chegou a assinar o pedido de criação da CPI da Corrupção. Maggi disse que não endossará a proposta. "O governo já está sem foco. Se botar uma CPI, aí é que perde totalmente o foco e não consegue avançar", resumiu o senador. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

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