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'Palácio voador': como é luxuoso Boeing 747 que Trump aceitou do Catar

Avião está avaliado em cerca de US$ 200 milhões, mas exigirá trabalho extenso antes de ser considerado seguro o suficiente para transportar presidente americano

Boeing 747 foi aceito pelo presidente americano, Donald Trump, como doação feita pelo governo do Catar (Divulgação)

Boeing 747 foi aceito pelo presidente americano, Donald Trump, como doação feita pelo governo do Catar (Divulgação)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 22 de maio de 2025 às 08h50.

Os Estados Unidos decidiram aceitar um luxuoso Boeing 747 dado de presente pelo governo do Qatar ao presidente Donald Trump. Agora, a Força Aérea deverá encontrar uma maneira de atualizá-lo rapidamente para que possa ser usado como um novo Air Force One, como confirmou um porta-voz do Departamento de Defesa nesta quarta-feira. O avião, cujo valor estimado pelos executivos do setor é de cerca de US$ 200 milhões (R$ 1,1 bilhão), exigirá um trabalho extenso antes que possa ser considerado seguro o suficiente para transportar Trump, reconheceram as autoridades do Pentágono nos últimos dias.

— Qualquer aeronave civil precisará de modificações significativas para isso — disse Troy Meink, secretário da Força Aérea, na terça-feira, durante depoimento ao Senado. — Não estamos analisando agora o que será necessário para essa aeronave em particular.

Um mês após o americano assumir a Presidência, o Catar concordou em enviar o jato para a Flórida enquanto Trump estava em seu resort para que ele pudesse ver o avião pessoalmente. O avião chegou na manhã de 15 de fevereiro, após um voo direto de Doha até West Palm Beach. Trump saiu de seu clube e fez o curto trajeto de carro até o aeroporto, desembarcando de sua limusine por volta das 10h para ver de perto a aeronave que já havia sido usada pela família real do Catar.

“Cada superfície e detalhe deste ambiente reflete o design opulento”, dizia o folheto de vendas. “O mais alto nível de artesanato e engenharia foi aplicado meticulosamente para equipar o interior.”

O andar superior tem um lounge e um centro de comunicações, enquanto o quarto principal pode ser “convertido em uma Unidade de Transporte de Paciente Médico com fornecimento direto de oxigênio”. Para a equipe, havia uma seção “classe executiva” com 12 assentos reclináveis.

O Boeing 747-8 da família real do Catar, operado pela Qatar Amiri Flight, é uma das aeronaves privadas mais luxuosas do mundo, configurado para transportar apenas 89 passageiros e 18 tripulantes com o mais alto padrão de conforto.

Seu interior foi meticulosamente projetado para refletir a grandiosidade de um "palácio voador", com suítes privadas, salas de reunião, escritórios, áreas de estar espaçosas, escadaria central, chuveiros e acabamentos em madeira nobre. A decoração sofisticada é combinada com tecnologia de ponta em comunicação, entretenimento e segurança.

"O 747-8 Intercontinental apresenta a mais nova combinação de motor e asa do setor, novos materiais avançados e um cockpit atualizado para melhor desempenho com um pequeno impacto ambiental", diz o site da fabricante.

Resistência

O plano de receber a doação atraiu a preocupação de membros do Congresso, que temem que Trump pressione a Força Aérea a fazer o trabalho tão rapidamente que medidas de segurança suficientes não sejam incorporadas ao avião, como sistemas de defesa contra mísseis ou mesmo sistemas para proteger o avião dos efeitos eletromagnéticos de uma explosão nuclear.

— Se o presidente Trump insistir em converter esse avião em um Air Force One reforçado antes de 2029, eu me preocupo com as pressões que vocês podem sofrer para cortar custos com a segurança operacional — disse a senadora Tammy Duckworth, democrata de Illinois, enquanto Meink depunha.

O presente também atraiu perguntas de democratas e republicanos no Congresso, que temem que o Catar possa estar tentando influenciar indevidamente Trump, ou que o próprio avião possa ter dispositivos de escuta.

O primeiro-ministro do Catar, xeque Mohammed bin Abdulrahman bin Jassim Aal-Thani, disse publicamente na segunda-feira, pela primeira vez, que seu governo aprovou a entrega do avião como presente, rejeitando a ideia de que se tratava de uma tentativa de influenciar o presidente.

— Somos um país que gostaria de ter uma forte parceria e uma forte amizade, e tudo o que fornecemos a qualquer país é fornecido por respeito a essa parceria e é uma relação de mão dupla — declarou. — É mutuamente benéfico para o Catar e para os Estados Unidos.

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