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ONU e Irã fecham novo acordo nuclear após ataques a instalações do país

Teerã condiciona continuidade do acordo à ausência de novas ações hostis

AFP
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Agência de notícias

Publicado em 10 de setembro de 2025 às 13h00.

Última atualização em 10 de setembro de 2025 às 13h17.

O novo acordo de cooperação entre a ONU e o Irã "inclui todas as instalações e infraestruturas" do país, declarou Rafael Grossi, diretor-geral da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), nesta quarta-feira, 10.

O novo acordo, anunciado pelo Irã na terça-feira, "também prevê a obrigatoriedade de relatórios sobre todas as instalações atacadas, incluindo os materiais nucleares presentes nesses locais", acrescentou Grossi em discurso ao Conselho de Governadores da AIEA, referindo-se às instalações bombardeadas por Israel em junho.

No entanto, pouco depois, o chanceler iraniano, Abbas Araqchi, declarou na televisão que "por enquanto, nenhum acesso será concedido aos inspetores da AIEA, exceto à central de Bushehr, devido à substituição de combustível" naquela instalação.

"Este acordo não cria nenhum acesso adicional", acrescentou o ministro, que é o principal negociador de Teerã no programa nuclear da República Islâmica.

Histórico de ataques e suspensão da cooperação

Teerã havia parado de cooperar com a agência nuclear da ONU depois que Israel atacou suas instalações nucleares e militares, assim como áreas residenciais. Washington também participou desses bombardeios, que tiveram como alvo instalações em Fordo, Isfahan e Natanz.

O novo acordo foi anunciado na noite de terça-feira no Cairo, onde Grossi se encontrou com o ministro das Relações Exteriores iraniano, Abbas Araqchi. Foi a primeira vez que se encontraram desde a guerra de 12 dias em junho.

Pressões externas e possíveis sanções

Araqchi afirmou que "em caso de ação hostil contra o Irã, incluindo o restabelecimento das resoluções do Conselho de Segurança da ONU que haviam sido revogadas, o Irã considerará essas etapas práticas finalizadas".

França, Reino Unido e Alemanha ameaçaram recentemente, no final de setembro, restabelecer as sanções contra o Irã, suspensas desde 2015 por um acordo internacional sobre o programa nuclear iraniano.

O acordo contém uma cláusula, ativada no final de agosto, que permite o restabelecimento das sanções caso uma das partes acredite que o Irã não esteja cumprindo seus compromissos.

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