Mundo

ONU celebra fim da proibição do burkini na França

Na sexta-feira, o Conselho de Estado suspendeu os decretos municipais e advertiu os prefeitos que qualquer proibição deve ser baseada em "perigos comprovados"


	Protesto: quase 30 cidades do litoral francês proibiram o burkini
 (Neil Hall/Reuters)

Protesto: quase 30 cidades do litoral francês proibiram o burkini (Neil Hall/Reuters)

DR

Da Redação

Publicado em 30 de agosto de 2016 às 09h04.

O Alto Comissariado da ONU para os Direitos Humanos celebrou a decisão da justiça francesa de condenar a proibição do burkini, o traje de banho islâmico, e afirmou que a decisão contra a peça estimulava a "estigmatização" dos muçulmanos.

"Os decretos não melhoram a situação de segurança, pelo contrário, tendem a alimentar a intolerância religiosa e a estigmatização de pessoas de confissão muçulmana na França, em particular das mulheres", afirma em um comunicado o Alto Comissariado.

"Os códigos de vestuário, como os decretos antiburkini, afetam de maneira desproporcional as mulheres e as jovens e abalam sua autonomia ao negar sua aptidão para tomar decisões independentes sobre sua maneira de vestir", completa a nota.

A agência da ONU advertiu que, de acordo com os parâmetros internacionais dos direitos humanos, os limites à liberdade de qualquer pessoa para manifestar sua religião ou suas convicções, incluindo a escolha das peças do vestuário, "só estão autorizados em circunstâncias muito limitadas, incluindo a proteção da segurança pública, a ordem público, a saúde pública ou a moral".

Além disso, pelo direito internacional as medidas adotadas em nome da ordem pública devem ser apropriadas, necessárias e proporcionais, afirma o comunicado.

Quase 30 cidades do litoral francês proibiram o burkini, um traje de banho integral islâmico, porque alguns consideravam a peça uma provocação depois do atentado que matou 86 pessoas em 14 de julho em Nice.

Na sexta-feira passada, a principal instância administrativa francesa, o Conselho de Estado, suspendeu os decretos municipais e advertiu os prefeitos que qualquer proibição do burkini deve ser baseada em "perigos comprovados" para a ordem pública.

Acompanhe tudo sobre:EuropaFrançaIslamismoMuçulmanosONUPaíses ricos

Mais de Mundo

Peru anuncia criação de 'rota turística' do papa Leão XIV

'As ideias que Pepe plantou todos esses anos não morrem’, diz Lula no velório de Mujica

Inflação no Brasil vai cair conforme China exportar mais produtos para cá, diz estudo

Vídeo mostra momento raro de ruptura no solo após terremoto; assista