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No dia do decreto de Trump, Mauro Vieira é chamado para encontro com Rubio pela 1ª vez em Washington

É a primeira conversa entre Mauro Vieira e o chefe da diplomacia americana, desde a posse de Donald Trump, em Washington

Agência o Globo
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Publicado em 30 de julho de 2025 às 19h39.

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No dia em que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, adotou novas sanções contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, e assinou uma ordem executiva estabelecendo que a sobretaxa de 50% às exportações brasileiras entrará em vigor dentro de sete dias, o ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, foi chamado a Washington para uma reunião com o chefe da diplomacia americana, Marco Rubio. Foi a primeira vez que Vieira e Rubio se falaram desde o retorno de Trump à Casa Branca, em janeiro deste ano.

Segundo interlocutores do Itamaraty, no encontro, ocorrido no início da tarde desta quarta-feira, o chanceler do presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse a Rubio que o Brasil negocia comércio e tarifas, menos a soberania. Ainda de acordo com esses relatos, Vieira deplorou as sanções impostas a Moraes e lamentou a vinculação do tarifaço de Trump a uma questão política.

O chanceler de Lula reiterou a posição do governo brasileiro de não incluir, em uma negociação comercial, a situação do ex-presidente Jair Bolsonaro, cujo processo está em andamento no Supremo Tribunal Federal — ele é acusado de tentativa de golpe de Estado, o que nega.

Trump pressiona o Brasil para que seja feito algo para parar o processo contra Bolsonaro, conduzido pelo STF. Mas Lula afirma que o Judiciário é independente.

Vieira viajou para Nova York na última segunda-feira, para participar de uma discussão na ONU sobre a situação na Palestina. Ele informou ao governo americano que estaria disposto a viajar para Washington para um encontro de alto nível, se fosse chamado.

Nesta quarta-feira, a Casa Branca anunciou o uso da Lei Magnitsky contra Moraes. Com isso, o magistrado, que teve o visto de entrada nos EUA suspenso, está sujeito a outras sanções, como o bloqueio de bens que estiverem em território americano e a proibição de compras com cartão de crédito internacional de empresas daquele país.

Instantes depois, Trump assinou um decreto implementando uma tarifa adicional de 40% sobre o Brasil, somando-se aos 10% anunciados em abril e elevando o total da tarifa para 50%. Além de vários produtos terem sido excluídos da medida, houve um adiamento de sete dias para a vigência da sobretaxa, que passaria a valer nesta sexta-feira.

Mais cedo, em uma rede social, Rubio se manifestou em relação às sanções contra Moraes: "Que este seja um aviso para aqueles que atropelam os direitos fundamentais de seus compatriotas — as togas judiciais não podem protegê-los".

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