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Nepal convoca novas eleições após semana de protestos

Sushila Karki assume governo interino após renúncia de K.P. Sharma Oli

Nepal: Sushila Karki toma posse como primeira-ministra interina no país. (Sujan GURUNG /AFP Photo)

Nepal: Sushila Karki toma posse como primeira-ministra interina no país. (Sujan GURUNG /AFP Photo)

Publicado em 13 de setembro de 2025 às 15h23.

O presidente do Nepal, Ramchandra Paudel, dissolveu o Parlamento e convocou novas eleições para 5 de março de 2026, após uma semana de intensos protestos que deixaram ao menos 51 mortos e 1.300 feridos.

A decisão foi anunciada poucas horas depois de Paudel nomear a ex-presidente da Suprema Corte, Sushila Karki, como primeira-ministra interina — a primeira mulher a ocupar o cargo no país. Karki assumiu o posto após a renúncia do ex-premiê K.P. Sharma Oli, pressionado pelas manifestações conhecidas como "protestos da Geração Z", contra corrupção e censura digital.

O nome da ministra foi exigência de manifestantes durante protestos nas ruas da capital Katmandu, quando atearam fogo a prédios públicos e casas de membros do governo.

Transição em meio à crise

Segundo comunicado oficial, o presidente declarou que “a Câmara dos Representantes está dissolvida” e confirmou a data do novo pleito. A escolha de Karki ocorreu após dois dias de negociações entre Paudel, o chefe do Exército, Ashok Raj Sigdel, e os líderes dos protestos, marcando uma tentativa de estabilizar o Nepal após os maiores distúrbios em anos.

Os protestos começaram depois da proibição temporária das redes sociais, medida já revogada. A violência só diminuiu quando Oli renunciou na última terça-feira.

República democrática recente

O Nepal deixou de ser uma monarquia em 2008, quando, após uma década de guerra civil e intensos protestos populares, a Assembleia Constituinte votou pela abolição do regime monárquico que havia durado mais de 240 anos, o que encerrou a dinastia Shah.

Desde que passou a se organizar como república democrática, o país tem enfrentado desafios de estabilidade política, consolidação institucional e falta de oportunidades de emprego, principalmente entre os jovens.

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