O presidente da Argentina, Javier Milei, e o ministro da Economia, Luis Caputo (Divulgação/AFP)
Redação Exame
Publicado em 19 de setembro de 2025 às 10h56.
Última atualização em 19 de setembro de 2025 às 10h59.
Após uma semana de intensa tensão nos mercados financeiros, o governo argentino prometeu manter seu programa econômico, manter o regime cambial acordado com o Fundo Monetário Internacional (FMI) e garantiu ter recursos para pagar os vencimentos da dívida em janeiro.
"Confiamos plenamente no programa econômico e não vamos nos desviar dele", disse o ministro da Economia argentino, Luis Caputo, em um programa online na noite de quinta-feira.
Devido às pressões cambiais, o Banco Central teve que vender US$ 432 milhões na última quarta e quinta-feira, na tentativa de reduzir o preço da moeda americana, que está no limite superior, ou"teto", das bandas cambiais que a Argentina implementou em 14 de abril, após assinar um acordo de extensão de linhas de crédito com o Fundo Monetário Internacional.
"Vamos vender até o último dólar dentro do teto da banda. O programa foi desenhado dessa forma e está desenhado para que os dólares do Banco Central possam ser usados para defender o teto da banda", afirmou Caputo.
Analistas de mercado alertaram que as vendas de dólares do Banco Central estão esgotando suas já escassas reservas monetárias, complicando o pagamento das grandes obrigações da dívida argentina no futuro.
Caputo garantiu, no entanto, que a Argentina tem recursos para cumprir os vencimentos da dívida em janeiro próximo, aproximadamente US$ 4,5 bilhões, e que o governo também está trabalhando para garantir os pagamentos dos vencimentos da dívida previstos para julho de 2026.
Em um clima de crescente incerteza política e econômica, os investidores aprofundaram suas estratégias de hedge, acelerando a demanda por dólares americanos e vendendo ativos financeiros argentinos, o que causou a queda dos preços de ações e títulos.
Até esta quinta-feira, em setembro, o índice S&P Mercal, das principais ações argentinas, despencou 14,6%, enquanto os títulos soberanos denominados em dólares americanos caíram entre 20,6% e 29,6%, e o índice de risco-país da Argentina subiu 73%.
A turbulência também abalou o peso argentino, que se desvalorizou 9% neste mês em relação ao dólar americano.
Com EFE.