Agência de notícias
Publicado em 20 de maio de 2025 às 15h04.
Última atualização em 20 de maio de 2025 às 15h14.
O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, afirmou nesta terça-feira que a situação do conflito em Gaza é terrível e que "há uma carnificina", em alusão aos bombardeios que Israel promove no território palestino. Vieira também afirmou que o governo Lula planeja uma operação para resgatar um pequeno grupo de brasileiros que ainda vive no local.
A declaração foi dada pelo chanceler brasileiro durante reunião da Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional (CRE) do Senado. Vieira compareceu ao Congresso como convidado dos senadores oposicionistas Esperidião Amin (PP-SC) e Sergio Moro (União-PR) para explicar o asilo diplomático dado há um mês pelo governo Lula à ex-primeira-dama peruana Nadine Heredia, condenada no Peru a 15 anos de prisão por supostamente ter recebido caixa 2 da empreiteira Odebrecht e do regime chavista. Ela nega as acusações.
Vieira disse que o conflito em Gaza "é uma carnificina, uma coisa terrível" e lamentou o que chamou de paralisia da Organização das Nações Unidas (ONU) para resolver o conflito.
— Há um número elevadíssimo de crianças mortas. São milhares, algo como 18 mil, em um só dia 180 crianças morreram. É algo que a comunidade internacional não pode ver de braços cruzados. Lamentavelmente, nas Nações Unidas, o Conselho de Segurança, que é o órgão responsável pela manutenção da paz e da segurança internacional, está paralisado. O poder de veto dos cinco membros permanentes sempre paralisa, para um lado ou para o outro, todas as iniciativas — afirmou Vieira.
O chanceler brasileiro disse que o que ocorre em Gaza "é uma invasão como todas as outras e o Brasil condena todas".
— É um desrespeito ao direito internacional e ao direito internacional humanitário. É uma invasão como todas as outras, e o Brasil condena todas. Condenou a invasão da Ucrânia pela Rússia. (...) Da mesma forma, não vejo todos os países condenando essa invasão. É uma invasão — disse.
Vieira também afirmou que o Brasil condena a ocupação, por israelenses, do território palestino, e disse que o governo Lula trabalha para repatriar um grupo de brasileiros que ainda estão em Gaza.
— Há uma legislação agora que dá títulos de propriedade às áreas ocupadas pelos colonos israelenses na Palestina, o que é gravíssimo, é contra o direito internacional. E também há uma operação em movimento, sendo implementada, de anexação da Faixa de Gaza. Estamos trabalhando para repatriar um grupo pequeno de brasileiros que ainda estão lá, um grupo de oito ou nove pessoas, inclusive crianças brasileiras — disse o ministro.
O chanceler também anunciou que o Brasil vai participar, na próxima semana, em Madri, de um evento com países árabes, o Reino Unido e membros da União Europeia para ampliar o reconhecimento do Estado da Palestina. O Brasil reconhece a Palestina como Estado desde 2010.