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Macron segue a caminho de obter grande maioria parlamentar

Levantamento projetou que o partido República em Marcha, e seu aliado, ganharão entre 430 e 460 cadeiras das 577 vagas na Assembleia Nacional

Emmanuel Macron: comparecimento no segundo turno das eleições deve cair para 47 por cento (Christian Hartmann/Reuters)

Emmanuel Macron: comparecimento no segundo turno das eleições deve cair para 47 por cento (Christian Hartmann/Reuters)

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EFE

Publicado em 16 de junho de 2017 às 08h57.

Última atualização em 16 de junho de 2017 às 16h47.

Paris - A campanha para as eleições legislativas da França se encerra nesta sexta-feira com o República Em Marcha, o partido do presidente Emmanuel Macron, como o grande favorito no segundo turno deste domingo, ainda que com projeções de abstenção recorde.

Essas eleições, que determinarão a composição da Assembleia francesa, podem dar força a Macron, que após vencer a ultradireitista Marine Le Pen no pleito presidencial, havia pedido uma maioria nas legislativas.

Com um Parlamento aliado, o presidente francês poderá aplicar seu programa de governo sem impedimentos, começando por uma polêmica reforma trabalhista, que gerou desconfiança entre os sindicatos e a esquerda.

Uma pesquisa publicada nesta sexta-feira indica que o partido de Macron pode obter até 80% das cadeiras.

Levando em conta que o sistema eleitoral francês não é proporcional - a cadeira em jogo vai para o mais votado em cada circunscrição -, o instituto OpinionWay-Orpi deu ao República em Marcha e ao seu partido aliado MoDem, do ministro de Justiça, François Bayrou, entre 440 e 470 deputados, dos 577 que compõem a Assembleia Nacional.

E tudo isso apesar das investigações sobre o partido de Bayrou por suposto desvio de dinheiro da Eurocâmara, e o ministro de Coesão dos Territórios, o ex-socialista Richard Ferrand.

No entanto, a altíssima abstenção marcará as eleições, de acordo uma pesquisa do instituto Odoxa.

O Odoxa antecipou uma abstenção de 53% - uma porcentagem superior à esperada por todos os partidos -, o que representaria um novo recorde em eleições presidenciais ou legislativas desde o início da V República, em 1958.

No primeiro turno do último domingo, a abstenção já tinha sido recorde, com 51,29%.

O conglomerado da direita e do centro liderado pelo Os Republicanos terá que se contentar, segundo as pesquisas, com entre 70 e 90 cadeiras, longe dos 215 que obteve na legislatura anterior, na qual já era o principal grupo de oposição.

Os resultados devem ser muito piores para o Partido Socialista, que após governar com 314 deputados durante o mandato de François Hollande, passará a ter entre 20 e 30 parlamentares na Câmara Baixa, o que poderia comprometer inclusive sua capacidade de formar um grupo próprio, algo para o qual são necessárias 15 cadeiras.

Entre os candidatos a deputado há dois conhecidos presidenciáveis de abril deste ano, Marine Le Pen e o esquerdista Jean-Luc Mélenchon.

A primeira está muito perto de conseguir uma cadeira no seu departamento de Pas-de-Calais (norte), pois no primeiro turno obteve 46% dos votos, mais de 20 pontos à frente de seu rival, enquanto o segundo terá uma disputa mais acirrada, já que sua vantagem sobre a candidata do República em Marcha Corinne Versini é de aproximadamente dez pontos.

Outras figuras conhecidas que tentam uma cadeira no parlamento são o ex-primeiro-ministro Manuel Valls e a ex-ministra do Trabalho de Hollande Myriam El Khomri.

Entre os seis membros do governo que se candidataram, todos têm sua eleição encaminhada, inclusive o ministro investigado Ferrand e a secretária de Estado de Assuntos Europeus, Marielle de Sarnez, também investigada por empregos fictícios na Eurocâmara.

A campanha das eleições legislativas termina quase sem distúrbios, exceto pelo ataque à candidata e ex-ministra conservadora francesa Nathalie Kosciusko-Morizet, que passou a última noite no hospital após ser agredida por um homem em Paris.

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