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Lula critica protecionismo de países ricos e apoia união do Sul Global

Presidente brasileiro ainda pediu maior colaboração dos países na COP30 e defendeu o multilateralismo

Presidente alertou que as economias em desenvolvimento precisam agir de forma coordenada ( Ricardo Stuckert / PR/Divulgação)

Presidente alertou que as economias em desenvolvimento precisam agir de forma coordenada ( Ricardo Stuckert / PR/Divulgação)

Publicado em 26 de outubro de 2025 às 12h51.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez críticas ao protecionismo de nações desenvolvidas e defendeu uma aliança mais sólida entre os países do Sul Global, durante discurso na cúpula empresarial da Associação das Nações do Sudeste Asiático (Asean), realizada neste domingo (26) em Kuala Lumpur, na Malásia.

“Não podemos aceitar o fim do multilateralismo. Não podemos aceitar a ideia do protecionismo”, afirmou Lula no evento, que reuniu líderes políticos e empresariais da região.

O presidente, que completa 80 anos nesta segunda-feira, alertou que as economias em desenvolvimento precisam agir de forma coordenada diante das barreiras comerciais impostas por países ricos.

“Se o Sul Global não se unir, sofreremos com o protecionismo dos mais ricos, ao mesmo tempo em que somos pressionados a abrir nossos mercados”, disse.

Indireta aos EUA e apelo por cooperação

Sem mencionar diretamente os Estados Unidos, Lula fez uma referência velada às recentes tarifas comerciais impostas pelo governo Donald Trump, que reacenderam disputas econômicas em vários setores.

“Enquanto outros apostam na rivalidade e na competição, nós escolhemos a parceria e a cooperação”, afirmou o presidente brasileiro.

Lula defendeu o fortalecimento do comércio multilateral e afirmou que a abertura equilibrada entre os países é essencial para o crescimento das economias emergentes.

“Quanto mais liberdade para fazer negócios e quanto mais multilateralismo houver, mais oportunidades teremos para crescer”, acrescentou.

Compromisso climático e a COP30

Durante o discurso, Lula também abordou a agenda ambiental e voltou a defender ações concretas para conter o avanço das mudanças climáticas. Ele citou a COP30, conferência climática da ONU que será sediada em Belém, em novembro deste ano, como uma oportunidade decisiva para renovar os compromissos do Acordo de Paris.

“A comunidade internacional não pode chegar à COP30 para decretar a morte do Acordo de Paris”, advertiu.

Segundo Lula, o planeta caminha para um aumento de temperatura superior a 2 °C, e os líderes mundiais precisam apresentar propostas mais ambiciosas.

“Podemos sair da COP30 com novas ideias e respostas mais efetivas do que temos oferecido até agora”, concluiu.

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