Agência de notícias
Publicado em 22 de outubro de 2025 às 07h45.
O Museu do Louvre, em Paris, reabriu as portas nesta quarta-feira, 22, três dias após o espetacular roubo de oito joias da Coroa, avaliadas em mais de 100 milhões de dólares (538 milhões de reais).
A polícia continua procurando os quatro criminosos que executaram o assalto na manhã de domingo na Galeria de Apolo do museu, o mais visitado do mundo. Às nove horas locais (quatro horas de Brasília), horário habitual de abertura, os primeiros visitantes começaram a entrar na instituição. A Galeria de Apolo, no entanto, permanece fechada, informou o museu.
Os ladrões roubaram nove joias, incluindo uma tiara de pérolas da imperatriz Eugênia e um conjunto de colar e brincos de safiras da rainha Maria Amélia. Durante a fuga, uma das peças, uma coroa, foi abandonada.
Os criminosos estacionaram um caminhão com uma escada mecânica em uma das fachadas do Louvre. Dois deles subiram até o primeiro andar e, com uma serra circular, entraram na sala por uma janela.
A investigação "avança", afirmou à imprensa o ministro do Interior, Laurent Nuñez, destacando que "mais de cem investigadores" estão mobilizados. Segundo a promotora de Paris, Laure Beccuau, os criminosos conseguiram o veículo com a plataforma elevatória por meio de "um pseudoaluguel para uma suposta mudança".
"Quando um dos funcionários da empresa compareceu ao local da mudança, encontrou dois homens ameaçadores, mas que não empregaram nenhuma violência contra ele", acrescentou.
O curador do Louvre avaliou os danos em 88 milhões de euros (102 milhões de dólares, quase 550 milhões de reais), valor considerado “extremamente impressionante”, mas sem comparação com os danos históricos.A estimativa faz deste um dos roubos de obras de arte mais importantes das últimas décadas, embora inferior ao assalto ao Museu Isabella Stewart Gardner, em Boston, em 1990, avaliado em pelo menos 500 milhões de dólares.
A direção do Louvre defendeu a qualidade das vitrines onde estavam as joias roubadas, em resposta a um artigo de um jornal satírico francês que afirmou que eram “aparentemente mais frágeis que as antigas”. Segundo o museu, “as vitrines instaladas em dezembro de 2019 representaram um avanço considerável em termos de segurança”.
Nesta quarta-feira, muitos aguardavam ansiosos para entrar no museu, que recebeu nove milhões de visitantes em 2024, 80% deles estrangeiros. "Estávamos muito ansiosas. Nós reservamos para hoje, não teríamos outra oportunidade de voltar", disse Fanny, visitante de Montpellier, no sul da França.
A presidente do Louvre, Laurence des Cars, comparecerá à Comissão de Cultura do Senado francês para explicar como o roubo foi possível. Des Cars, que desde 2021 é a primeira mulher a dirigir o museu, ainda não se pronunciou publicamente.
A ministra da Cultura, Rachida Dati, descartou qualquer “falha de segurança interna” no Louvre, afirmando que os dispositivos “funcionaram”. Ela questionou, contudo, a falta de segurança “na via pública”, que permitiu aos ladrões estacionar o caminhão e acessar o prédio por uma janela.