(Reprodução/Redes Sociais)
Redação Exame
Publicado em 23 de novembro de 2025 às 12h24.
Para muitos, o jingle 'Kinder Ovo, recheado de imaginação!' é uma verdade inegável. Um ovo de chocolate por fora, com um brinquedo surpresa dentro. Não apenas na Páscoa, o produto é sensação entre crianças - por vezes, até adultos. Mas nos Estados Unidos, essa experiência não existe.
O Kinder Ovo, como conhecemos por aqui, é proibido no país e a marca italiana Ferrero teve de criar um substituto para driblar a legislação norte-americana.
O doce é proibido por conta de uma lei de 1938, que proíbe a venda de "alimento com objetos não nutritivos em seu interior". A cápsula de plástico que guarda o brinquedo do Kinder Ovo se enquadra exatamente nessa categoria.
Mas a criação da lei não teve nenhuma relação com o chocolate. Ela foi aprovada após um elixir tóxico comercializado legalmente ter matado 107 pessoas, incluindo crianças, em 1937.
A chamada "Lei Federal de Alimentos, Medicamentos e Cosméticos" reformulou as normas e concedeu à Administração de Alimentos e Medicamentos (FDA) o dever de supervisionar a segurança de alimentos, medicamentos, dispositivos médicos e cosméticos.
Cacau Show vai faturar R$ 219 milhões com sua produção de cacau no BrasilMesmo com a mudança na supervisão, o Kinder Ovo seguiu proibido: a FDA entende que, além de infringir a lei de 1938, a cápsula poderia ser "facilmente confundida" com comida por crianças pequenas e causar asfixia ou outros perigos.
Com o impasse para vender o produto no mercado americano, a Ferrero encontrou uma saída.
Kinder Joy surgiu como opção à proibição do Kinder Ovo (Reprodução/Redes Sociais)
Diante da impossibilidade de vender o Kinder Ovo nos EUA e precisando de uma opção que pudesse ser comercializada em climas mais quentes (mais resistente ao derretimento), a Ferrero lançou o Kinder Joy em 2001. Nele, chocolate e brinquedo não correm o perigo de se misturar e confundir as crianças.
O produto é dividido em dois compartimentos: de um lado, o creme de chocolate com wafer crocante; do outro, a cápsula com o brinquedo, agora separada do alimento por uma película plástica, atendendo às regras americanas.
Apesar de não remeter à nostalgia de abrir o Kinder Ovo e encontrar a surpresa no meio, o Kinder Joy foi uma boa maneira de contornar a situação.
A virada que levou uma pequena marca de chocolate a valer US$ 230 milhões