Agência de Notícias
Publicado em 16 de junho de 2025 às 19h29.
Uma juíza distrital de Boston adiou nesta segunda-feira a decisão sobre a manutenção do bloqueio ao veto aplicado pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a estudantes estrangeiros na Universidade de Harvard.
A magistrada Allison D. Burroughs anunciou, após uma audiência sobre o caso, que na semana que vem decidirá se mantém ou não a ordem de restrição temporária que emitiu em maio contra essa medida.
A ordem permanecerá em vigor até a semana que vem, quando a juíza espera ter uma decisão, segundo informou a imprensa local.
No mês passado, o governo Trump proibiu a instituição de ensino de matricular novos estudantes estrangeiros e também intimou os alunos já matriculados a se transferirem para outras universidades, sob pena de perderem seu status migratório.
A universidade, uma das mais prestigiadas dos EUA, processou então o governo, afirmando que sua permissão para receber estrangeiros é “essencial” para que eles permaneçam legalmente no país.
No litígio, a entidade apontou que a revogação dessa permissão já “desorganizou inúmeros programas acadêmicos, laboratórios de pesquisa e cursos”.
Após a ação movida por Harvard, Burroughs emitiu uma ordem de restrição temporária à proibição do governo, que afeta um quarto dos estudantes da instituição.
Apesar da ordem da juíza, Harvard afirmou em documentos apresentados ao tribunal que vários estudantes que desembarcaram em Boston no dia 5 de junho foram encaminhados para “inspeção secundária” e “permaneceram detidos por muitas horas sem poder entrar em contato com ninguém”.
Além disso, o Departamento de Estado dos EUA ordenou em maio que todas as embaixadas e consulados do país investiguem as redes sociais de alunos e acadêmicos de Harvard para verificar se há conteúdo antissemita.
Anteriormente, em abril, Harvard processou o governo republicano com o objetivo de recuperar seu financiamento federal, congelado por supostas condutas antissemitas.
A prestigiada instituição é uma das universidades que viram seu financiamento ameaçado por relatórios do Grupo de Trabalho Federal para Combater o Antissemitismo, criado por Trump, por aplicar políticas de “discriminação positiva” ou por não dar espaço ao que o governo classifica como “diversidade de ideias”.