Agência de notícias
Publicado em 10 de julho de 2025 às 07h13.
Última atualização em 10 de julho de 2025 às 07h13.
O governo brasileiro chamou pela segunda vez na quarta-feira, 9, o encarregado de negócios da Embaixada dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, para dar explicações e ser informado sobre a contrariedade do Brasil em relação às medidas tomadas pelo presidente Donald Trump.
Após divulgar carta endereçada a Luiz Inácio Lula da Silva em que anuncia a imposição de tarifas de 50% sobre produtos brasileiros, o Itamaraty disse ao representante diplomático americano que o documento continha "inverdades" e era "ofensiva".
O recado foi dado pela secretária de Europa e América do Norte, Maria Luisa Escorel de Moraes. Na coversa, ela pediu a confirmação da autenticidade da carta, já que o documento foi divulgado antes de chegar a Lula.
Escorel também disse que o Brasil, em ato simbólico, devolvia a carta. Para o Itamaraty, além de informações falsas, o documento contém erros sobre a relação comercial bilateral com os americanos.
Uma carta devolvida, na linguagem diplomática, pode ser uma forma de demonstrar desaprovação, ou protestar contra determinadas ações de outro país.
Após o anúncio de taxação de Trump, Lula disse que "qualquer medida de elevação de tarifas de forma unilateral será respondida à luz da Lei brasileira de Reciprocidade Econômica", em um post nas redes sociais.
Essa lei lei autoriza o Poder Executivo, em coordenação com o setor privado, a adotar contramedidas na forma de restrição às importações de bens e serviços ou medidas de suspensão de concessões comerciais, de investimento e de obrigações relativas a direitos de propriedade intelectual e medidas de suspensão de outras obrigações previstas em qualquer acordo comercial do país.
A norma ainda ressalta que as contramedidas deverão ser, na medida do possível, proporcionais ao impacto econômico causado pelas ações, políticas ou práticas de aplicação unilateral de medidas comerciais, financeiras ou de investimentos prejudiciais ao Brasil.
O presidente disse que o "Brasil é um país soberano com instituições independentes que não aceitará ser tutelado por ninguém".
"O processo judicial contra aqueles que planejaram o golpe de estado é de competência apenas da Justiça Brasileira e, portanto, não está sujeito a nenhum tipo de ingerência ou ameaça que fira a independência das instituições nacionais", acrescentou.