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Israel faz balanço de ataques contra o Irã: ofensivas atingiram 900 alvos e mataram 11 cientistas

Em ação inédita no território iraniano, Tel Aviv afirma ter eliminado 11 cientistas nucleares e altos comandantes militares

Bandeira do Irã cobre parcialmente prédio atingido por míssil israelense em Teerã  ( ATTA KENARE / AFP)

Bandeira do Irã cobre parcialmente prédio atingido por míssil israelense em Teerã ( ATTA KENARE / AFP)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 27 de junho de 2025 às 12h30.

Última atualização em 27 de junho de 2025 às 13h08.

O Exército de Israel (IDF) anunciou nesta sexta-feira, 27, em um balanço da operação batizada de "Leão em Ascensão", que atingiu mais de 900 alvos estratégicos no Irã. Segundo os militares israelenses, trata-se de uma das maiores ações ofensivas já conduzidas diretamente contra o território iraniano.

De acordo com um comunicado divulgado pela IDF, a operação resultou na morte de 11 cientistas ligados ao programa nuclear iraniano e 30 oficiais de alto escalão das forças de segurança, incluindo três comandantes seniores. As forças israelenses também afirmam ter destruído 200 lançadores de mísseis, o que corresponderia, segundo o informe, a metade do arsenal iraniano desse tipo.

Além disso, alvos como aeronaves militares e instalações de produção de mísseis foram atingidos. A destruição desses locais, segundo Tel Aviv, teria comprometido a fabricação de milhares de mísseis adicionais pelo regime iraniano.

Em entrevista à emissora israelense Canal 13, o ministro da Defesa, Israel Katz, afirmou que não houve uma oportunidade real de atingir o líder supremo do Irã, o aiatolá Ali Khamenei, durante a operação. Ainda assim, foi direto ao declarar que, caso houvesse possibilidade, “Israel o teria eliminado”.

Khamenei reaparece após dias de silêncio e minimiza ataques

A resposta simbólica do Irã veio horas depois, com a reaparição pública do líder supremo. Ali Khamenei, de 86 anos, divulgou um vídeo pré-gravado, o primeiro desde que os Estados Unidos bombardearam três instalações nucleares iranianas. No pronunciamento, ele parabenizou a população iraniana pela "vitória sobre Israel e os Estados Unidos" e afirmou que o país deu “um tapa severo” nos americanos.

A ausência de Khamenei havia alimentado especulações internas sobre seu estado de saúde. Autoridades iranianas chegaram a afirmar que ele estava abrigado em um bunker, evitando qualquer comunicação eletrônica por medo de um possível atentado.

Em sua fala, o líder iraniano minimizou os impactos dos bombardeios israelenses e americanos, apesar de o próprio governo iraniano ter confirmado a morte de dois altos comandantes da Força Quds, Behnam Shahriyari e Said Izadi. Israel afirma que ambos foram mortos em ataques no sábado anterior.

Khamenei também reagiu às declarações do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que dias antes dos ataques havia exigido a “rendição incondicional” do Irã e chamado o aiatolá de “alvo fácil”. Para o líder iraniano, o discurso americano comprova que o objetivo real de Washington não era mais conter o programa nuclear, mas sim uma tentativa política de humilhação.

“O ataque às instalações nucleares não conseguiu nada de importante”, declarou, negando que os bombardeios tenham tido o impacto devastador alegado por Trump. Para ele, o ex-presidente apenas “exagerou” os efeitos da ofensiva.

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