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Israel está conduzindo uma guerra contra o Irã, diz militar das Forças de Defesa Israelenses

Fontes locais indicam que o bombardeio resultou na morte de seis cientistas nucleares iranianos e múltiplos comandantes militares de alto escalão

Da Redação
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Redação Exame

Publicado em 13 de junho de 2025 às 14h25.

Última atualização em 13 de junho de 2025 às 14h30.

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Nesta sexta-feira, 13, o Exército de Defesa de Israel (IDF) lançou outro ataque aéreo direto contra o Irã, atingindo instalações nucleares e militares estratégicas. Entre os alvos estava o complexo de Natanz, considerado o centro do programa nuclear iraniano, localizado ao sul de Teerã. O ataque destruiu partes das usinas de enriquecimento de urânio e causou sérios danos à infraestrutura nuclear do regime.

Fontes locais, ouvidas pelo Al Jazeera, indicam que o bombardeio resultou na morte de seis cientistas nucleares iranianos e múltiplos comandantes militares de alto escalão, que, segundo o governo iraniano, estavam envolvidos em atividades relacionadas ao programa de armas nucleares. A imprensa iraniana descreve o ataque como um ato de "terrorismo estatal", com a repercussão sendo comparada a uma "declaração de guerra" por parte de Israel.

O líder supremo do Irã, Ali Khamenei, afirmou que "Israel não sairá ileso deste ataque" e garantiu que Teerã não tomará "meias medidas". O governo iraniano também acusou Israel de violar o direito internacional e declarou que os responsáveis pelo ataque seriam "severamente punidos".

Em entrevista coletiva, ouvida pelo Times Of Israel, as Forças de Defesa de Israel (IDF) "estão conduzindo uma guerra no Irã, e não uma operação", afirmou um militar de alto escalão do exército israelense.

“Estamos em um evento histórico. Isso não é uma operação, é uma guerra planejada, a 1.500 quilômetros de Israel,” disse o oficial.

Complexo Nuclear de Natanz: alvo estratégico

O complexo de Natanz, uma instalação subterrânea de alta segurança, é conhecido como o coração do programa nuclear iraniano. Ele abriga várias usinas de enriquecimento de urânio e está localizado em uma área estratégica ao sul de Teerã, em uma tentativa do Irã de proteger suas instalações de potenciais ataques aéreos.

A instalação foi alvo de vários ataques no passado, mas o bombardeio recente foi descrito como o mais significativo e devastador até o momento, danificando irremediavelmente várias centrifugas avançadas usadas no processo de enriquecimento.

Por que Israel atacou o Irã?

Israel considera o Irã um inimigo e disse que o ataque de sexta foi preventivo, para impedir que o rival consiga construir uma bomba nuclear. O Irã diz que pesquisa energia nuclear para fins pacíficos.

O Irã passou a combater Israel depois da Revolução Islâmica, em 1979. Teerã fornece, há décadas, armas e dinheiro para diversos grupos que lutam contra Israel, como Hamas e Hezbollah.

Rudzit pondera que os danos reais sofridos pelas instalações nucleares do Irã ainda precisam ser avaliados. "Há instalações nucleares do Irã dentro de montanhas. Até onde se sabe publicamente, o governo americano não deu as bombas [capazes de destruir montanhas] para Israel. Então, há dúvidas sobre a capacidade de Israel de atingir essas instalações", diz o professor.

A defesa de Israel

Enquanto o Irã busca se reorganizar, Israel tem um sistema de defesa eficiente, o Domo de Ferro, que abate mísseis rivais no ar. Além disso, o país tem apoio dos EUA e de outros países europeus, que ajudaram a abater mísseis do Irã nos ataques contra Israel feitos no ano passado.

Rudzit avalia que a chance de outros países se aliarem ao Irã na luta contra Israel é pequena. Analistas avaliam que Israel possui armas nucleares, embora o país nunca tenha admitido isso publicamente.

Além disso, atacar Israel significa também comprar briga com os Estados Unidos. Assim, a Rússia, que tem parcerias com o Irã, dificilmente tomaria parte em um ataque contra Israel.

O governo de Donald Trump, que prometeu acabar com as guerras no mundo, também não tem interesse em uma guerra mais ampla, avalia Rudzit, por seus possíveis efeitos na economia. "O maior medo dele é o petróleo subir e aí o eleitor americano se voltar contra ele, porque o que importa para o eleitor americano é o bolso", diz o professor.

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