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Israel confirma ataque a instalação nuclear iraniana em Isfahan

Segundo as Forças Armadas israelenses, ofensiva atingiu dois locais de produção de centrífugas neste sábado

Pessoas se reúnem para um protesto contra a onda de ataques israelenses contra o Irã no centro de Teerã, em 13 de junho de 2025 (Atta Kenare/AFP)

Pessoas se reúnem para um protesto contra a onda de ataques israelenses contra o Irã no centro de Teerã, em 13 de junho de 2025 (Atta Kenare/AFP)

Agência o Globo
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Agência de notícias

Publicado em 21 de junho de 2025 às 08h20.

Israel atacou uma instalação nuclear do Irã na cidade de Isfahan, neste sábado, 21, em uma ação confirmada por um oficial militar israelense, a segunda desde o início do atual conflito entre os dois rivais históricos.

Horas antes, a agência estatal iraniana Fars citou uma autoridade de segurança que acusou Israel de realizar múltiplos ataques ao complexo, mas negou qualquer vazamento de materiais perigosos para a população. “A maioria das explosões ouvidas durante os ataques está relacionada à atividade da defesa aérea”, afirmou a fonte.

De acordo com o militar israelense, os alvos foram “dois locais de produção de centrífugas na região” de Isfahan. Ele afirmou que o ataque representou “um duro golpe às capacidades de produção de centrífugas do Irã”.

O Exército israelense já havia relatado bombardeios na mesma área no dia 13 de junho, quando começou a ofensiva.

Naquela data, Israel lançou uma ampla campanha de ataques aéreos contra o território iraniano com o objetivo de impedir que o país obtenha uma bomba atômica — algo que Teerã nega estar desenvolvendo.

Em retaliação, o Irã disparou dezenas de drones e mísseis contra Israel.

O início e a escalada

Tudo começou no dia 13 de junho, quando Israel enviou uma ofensiva contra o Irã, visando evitar que o país vizinho tivesse uma bomba atômica — o que é negado veementemente por Teerã.

A última escalada ocorreu no sétimo dia de confrontos entre os dois países, com o presidente dos EUA, Donald Trump, mantendo o suspense sobre se Washington entrará na guerra ao lado de Israel.

O aiatolá Ali Khamenei, por sua vez, rejeitou a exigência de Trump de uma “rendição incondicional”, apesar das afirmações do líder americano de que “o Irã está com muitos problemas e quer negociar”.

No mesmo dia, um hospital foi atingido por um ataque iraniano no sul de Israel, deixando cerca de 70 feridos, de acordo com as autoridades locais.

Os israelenses prometeram retaliar Teerã e pediram gestos de condenação da comunidade internacional. Na quinta-feira, 19, Teerã afirmou que tinha como alvo uma base militar e de inteligência israelense, não a unidade de saúde.

A nova onda de disparos aconteceu pouco tempo depois de o Exército israelense anunciar onda de ataques a Teerã.

O premier israelense, Benjamin Netanyahu, chegou a dizer que o Irã "pagará um preço alto" pela ofensiva, enquanto o ministro da Defesa afirmou que o líder supremo iraniano, Ali Khamenei, será "responsabilizado".

Em um esforço para diminuir a tensão do conflito, os ministros das Relações Exteriores do Reino Unido, França e Alemanha, juntamente com Kaja Kallas, chefe da política externa da União Europeia, vão se reunir nesta sexta-feira com seu homólogo iraniano, Abbas Araghchi, em Genebra.

Eles farão "uma oferta de negociação completa, diplomática e técnica" ao Irã, que inclua a questão do programa nuclear, para acabar com o conflito crescente entre Israel e a República Islâmica, adiantou o presidente francês, Emmanuel Macron, nesta sexta.

Segundo ele, esta solução pacífica será "colocada sobre a mesa", mas o Irã precisará "mostrar sua disposição de aderir à plataforma".

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