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Israel afirma ter matado mais três comandantes da Guarda Revolucionária do Irã

Segundo as forças israelenses, seus caças atingiram com sucesso o alto oficial Saeed Izadi, responsável pela coordenação com o Hamas; instalação nuclear também foi bombardeada

 (Getty Images)

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Agência o Globo
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Publicado em 21 de junho de 2025 às 09h58.

Israel alegou neste sábado, 21, ter matado três comandantes e quatro combatentes da Guarda Revolucionária do Irã e bombardeado uma instalação nuclear em Isfahan, no centro do país, em sua campanha de bombardeios sem precedentes contra a República Islâmica, que, segundo o Ministério das Relações Exteriores, já teria atrasado em dois anos os supostos planos nucleares de Teerã.

Segundo as Forças Armadas de Israel, seus caças atingiram com sucesso o alto oficial iraniano Saeed Izadi, comandante da Guarda Revolucionária responsável pela coordenação com "a organização terrorista Hamas", o movimento palestino com o qual Israel está em guerra em Gaza, em um ataque noturno em Qom, ao sul de Teerã.

Também alegaram a morte de outros dois comandantes da Guarda Revolucionária, o exército ideológico de Teerã: Aminpour Joudaki, que supostamente comandou "centenas" de ataques com drones contra Israel, segundo a fonte, e Behnam Shahriyari, comandante da Força Quds, o braço da Guarda Revolucionária para ações no exterior.

Além disso, quatro combatentes da Guarda Revolucionária foram mortos em um ataque aéreo israelense contra um centro de treinamento em Tabriz, no noroeste do país, informou a agência de notícias Isna. Outros ataques israelenses atingiram "a infraestrutura de armazenamento e lançamento de mísseis no centro do Irã", segundo os militares.

Israel bombardeou "dois locais de produção de centrífugas" na instalação iraniana em Isfahan, na "segunda onda de ataques" contra o local desde o início da guerra, disse à AFP uma fonte militar, que pediu anonimato.

As agências de notícias iranianas Mehr e Fars já haviam noticiado o ataque, que, segundo elas, não causou danos, graças às defesas aéreas.

O ataque noturno de Israel à cidade sagrada xiita de Qom, ao sul de Teerã, também tirou a vida de um adolescente, segundo a agência de notícias oficial Irna.

Israel avalia que seus ataques a instalações nucleares e alvos militares iranianos já tenha “atrasado em pelo menos dois ou três anos a possibilidade de eles terem uma bomba nuclear”, disse o ministro das Relações Exteriores Gideon Saar.

— Faremos tudo o que pudermos para eliminar essa ameaça — afirmou em entrevista ao jornal alemão Bild, acrescentando que os ataques de Israel continuariam.

Em resposta, a Guarda Revolucionária anunciou neste sábado que lançou "operações combinadas" durante a noite com "vários esquadrões de drones Shahed" e mísseis contra território israelense, incluindo a área do Aeroporto Ben Gurion, perto de Tel Aviv.

Um prédio residencial no Vale de Beit Shean, no norte de Israel, foi atingido por um ataque de drone, informaram os serviços de resgate, mas não houve vítimas.

Ao menos 25 pessoas foram mortas nos ataques, segundo o Irã. Um hospital no porto israelense de Haifa registrou 19 feridos, incluindo uma pessoa em estado grave, após a última salva iraniana.

O presidente dos EUA, Donald Trump, advertiu um dia antes que Teerã tem “no máximo” duas semanas para evitar possíveis ataques aéreos americanos, enquanto Washington avalia se deve se juntar à campanha de bombardeios sem precedentes de Israel.

Os principais diplomatas do Reino Unido, França e Alemanha se reuniram com seu homólogo iraniano Abbas Araghchi em Genebra na sexta-feira e o instaram a retomar as negociações com os Estados Unidos, que foram interrompidas pelos ataques de Israel.

Mas Araghchi disse à NBC News após a reunião que “não estamos mais dispostos a negociar com eles [os Estados Unidos], enquanto a agressão continuar”. Já Trump
rejeitou os esforços diplomáticos europeus:

— O Irã não quer falar com a Europa. Eles querem falar conosco. A Europa não vai poder ajudar nisso — disse ele a repórteres, acrescentando que é improvável que peça a Israel para parar seus ataques para que o Irã volte à mesa de negociações. — Se alguém está ganhando, é um pouco mais difícil fazer isso.

Qualquer envolvimento dos EUA provavelmente incluiria bombas poderosas capazes de destruir bunkers, que nenhum outro país possui, para destruir uma instalação subterrânea de enriquecimento de urânio de Fordow.

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Israel e o Irã trocaram ondas sucessivas de ataques devastadores, depois que Israel lançou sua campanha aérea em 13 de junho, temendo que Teerã estivesse prestes a desenvolver uma arma nuclear — uma ambição que o Irã negou.

A Diretoria Nacional de Diplomacia Pública de Israel disse que mais de 450 mísseis foram disparados contra o país até agora, juntamente com cerca de 400 drones. A Guarda Revolucionária do Irã afirma que teve como alvo instalações militares e bases da Força Aérea.

O Ministério da Saúde do Irã disse neste sábado que pelo menos 350 pessoas foram mortas nos ataques israelenses, incluindo comandantes militares, cientistas nucleares e civis.

A Agência de Notícias de Ativistas de Direitos Humanos (HRANA), ONG fundada pelo Irã, mas sediada nos EUA, estima que o número de mortos chegou a 657 e que 2.000 ficaram feridos. Os ataques retaliatórios iranianos teriam deixado pelo menos 25 mortos em Israel, segundo autoridades israelenses.

As potências ocidentais têm repetidamente expressado preocupação com a rápida expansão do programa nuclear do Irã, questionando em particular o enriquecimento acelerado de urânio pelo país.

Segundo o chefe da Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA), Rafael Grossi, o Irã é o único país sem armas nucleares a enriquecer urânio a 60%. No entanto, acrescentou que não havia evidências de que Teerã tivesse todos os componentes para fabricar uma ogiva nuclear funcional.

— [É] pura especulação [dizer quanto tempo levaria para o Irã desenvolver armas] — disse Grossi à CNN.

Para o ministro das Relações Exteriores do Reino Unido, David Lammy, o conflito está em um “momento perigoso” e que é “extremamente importante que não haja uma escalada regional”.

Araghchi chegou a Istambul neste sábado, de acordo com a agência de notícias Tasnim, para uma reunião da Organização da Cooperação Islâmica (OCI) para discutir o conflito entre o Irã e Israel.

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