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Irã revida e ataca Israel com centenas de mísseis; explosões foram ouvidas em Tev Aviv e Jerusalém

A ofensiva foi confirmada pelas Forças de Defesa de Israel, que rapidamente acionaram seus sistemas de defesa

Publicado em 13 de junho de 2025 às 15h38.

Última atualização em 13 de junho de 2025 às 16h18.

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O Irã disparou ao menos 200 mísseis contra Israel, na noite desta sexta-feira, 13, na hora local, em resposta a um ataque feito pelos israelenses contra instalações militares iranianas, horas antes. A ação aumenta o risco de uma guerra completa entre os dois países do Oriente Médio.

Os danos ainda estão sendo avaliados. Segundo o jornal "The New York Times", ao menos sete locais em Tel Aviv, capital do país, foram atingidos. A extensão dos danos ainda estava sendo avaliada. Houve também mísseis sobre Jerusalém.

Boa parte dos mísseis, no entanto, foi barrada pelo sistema de defesa israelense. Israel tem uma tecnologia eficiente, o Domo de Ferro, que abate mísseis rivais no ar. Além disso, o país tem apoio dos EUA e de outros países europeus.

O ataque do Irã é uma retaliação após Israel iniciar uma série de ataques contra alvos em território iraniano, com o objetivo de destruir instalações nucleares e impedir o governo iraniano de construir uma bomba atômica.

O lançamento dos mísseis pelo Irã ocorreu logo após o líder supremo do Irã, Ali Khamenei, prometer uma retaliação “com força” contra Israel, que havia realizado ataques aéreos no dia anterior.

O regime de Teerã, que havia advertido sobre retaliações, caracterizou os ataques de Israel como uma "declaração de guerra", termo repetido por autoridades iranianas em comunicações com a ONU. O ministro das Relações Exteriores do Irã, Abbas Araghchi, exigiu que o Conselho de Segurança trate do assunto. Uma reunião de emergência foi convocada para esta sexta.

Khamenei acusou Israel de cometer um "grande erro" ao iniciar o conflito. “A nação iraniana não permitirá que o sangue de seus valiosos mártires fique sem vingança", afirmou o líder, que prometeu punição severa aos responsáveis.

Por que Israel está atacando o Irã

Os dois países vivem uma situação de tensão desde o fim dos anos 1970, quando revolucionários islâmicos tomaram o poder no Irã e acabaram com o regime anterior, que tinha apoio dos Estados Unidos.

O novo governo do Irã, chefiado por aiatolás, passou a apoiar grupos que lutavam contra Israel, como o Hezbollah, no Líbano, e depois o Hamas, na Faixa de Gaza, entre outros. Esses grupos defendem o fim de Israel, pois consideram que o país foi estabelecido em território que antes pertencia aos palestinos.

Israel foi estabelecido no Oriente Médio em 1948, por decisão da ONU, que criou um Estado para os judeus em uma área antes sob controle do Reino Unido.

A resolução da ONU também previa um Estado para os palestinos, mas houve um conflito entre os dois lados logo na implantação de Israel. Os dois lados discordaram da divisão que foi feita, e os israelenses acabaram conquistando mais territórios.

Nas décadas seguintes, houve vários outros confrontos entre israelenses e palestinos, sendo que o mais recente deles começou em outubro de 2023, quando terroristas do Hamas invadiram Israel e mataram mais de mil pessoas. Em seguida, forças militares invadiram a faixa de Gaza, em uma operação que destruiu mais de 70% das construções da área e bloqueou o acesso à comida. A ação segue em andamento.

Em 2024, Israel fez uma grande ação para matar líderes do Hezbollah, usado pagers explosivos. Em resposta, o Irã atacou Israel com uma série de mísseis, mas praticamente todos foram barrados pela defesa aérea israelense, equipada com um sistema chamado de Domo de Ouro.

Entenda a questão nuclear do Irã

Israel e os EUA acusam o Irã de buscar uma bomba atômica. O país diz que pesquisa energia nuclear para fins pacíficos. Uma das principais diferenças entre os dois usos é o nível de enriquecimento. Reatores em usinas usam urânio enriquecido a até 5%. Para uma bomba, é preciso chegar a 90%.

Em 2015, o Irã fechou um acordo com os Estados Unidos e outros países europeus para limitar seu programa nuclear em troca do alívio de sanções econômicas.

No entanto, em seu primeiro mandato, em 2018, o presidente Donald Trump retirou os EUA do acordo, porque o Irã estaria descumprindo os termos, o que inviabilizou o tratado. Desde então, tenta-se negociar um novo acordo, mas sem sucesso.

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